Publicidade
Publicidade

Felipão usará a psicologia para evitar ‘já ganhou’ na Copa

Uma equipe confiante, mas sem ‘salto alto’ – o técnico explica como o trabalho da psicóloga que o acompanha há duas décadas impedirá otimismo exagerado

“Tenho dito para a psicóloga que ela vai se surpreender com a nossa seleção”, afirmou, em referência aos hábitos adquiridos pelos atletas em seus clubes na Europa

A ótima sequência de resultados da seleção desde o ano passado e o ambiente altamente favorável à equipe na Copa do Mundo, torneio que o time brasileiro disputará em casa, com o apoio da torcida, fazem com que muita gente se preocupe com um clima de “já ganhou” entre os atletas da equipe pentacampeã. O técnico Luiz Felipe Scolari, porém, já se prepara para combater o “oba-oba”, recorrendo à psicologia para tentar conter a euforia dos jogadores. De acordo com ele, o grupo precisa de confiança para disputar o Mundial, mas esse otimismo não pode ser exagerado – até porque o caminho da seleção até o título promete ser extremamente difícil.

Publicidade

“Isso não preocupa tanto, porque estamos trabalhando para que a confiança adquirida pelo nosso time em 2013 seja bem pensada pelos jogadores”, explicou Felipão numa palestra na quinta-feira, em São Paulo. “Nós montamos uma tabela de possíveis adversários até a final e podemos ter quatro campeões mundiais pela frente. Não será uma situação tranquila e confortável como foi na Copa das Confederações”, disse o técnico, lembrando da trajetória no torneio em que a equipe venceu todos os seus jogos, inclusive contra times como Itália, Uruguai e Espanha. “Vamos alertar os jogadores de que a dificuldade será muito maior na Copa”, explicou o treinador.

Leia também:

Felipão já confirma oito de seus 23 convocados para Copa

Brasil vai enfrentar a Turquia em amistoso depois da Copa

Continua após a publicidade

Neymar admite ‘medo’, mas diz que voltará em 3 semanas

Sem jogar, Brasil alcança Argentina no 6º lugar do ranking

Felipão participou do evento, realizado na Universidade São Judas, a convite de Regina Brandão, especialista em psicologia do esporte que trabalha com o técnico da seleção brasileira desde 1993. Ele contou, por exemplo, que realizará alguns treinos fechados, impedindo que a euforia da torcida contamine o grupo, e revelou que dará grande importância ao trabalho da psicóloga, que realizará uma avaliação de cada um dos 23 convocados logo nos primeiros dias de preparação na Granja Comary. O objetivo é fazer com que Felipão saiba exatamente como trabalhar a motivação de cada atleta, de acordo com seu temperamento e suas reações a cada situação.

Publicidade

“A Regina entrega os perfis a mim e eu não passo essas informações a mais ninguém. Tenho guardados em minha casa os dados de todos os clubes e todas as seleções”, disse o treinador, que relembrou um episódio em que um atleta não quis ser avaliado. “Em Portugal, um grande atleta se negou a fazer o teste. Tudo bem, ninguém é obrigado a fazer. Bem, passados dois meses, ele solicitou o teste, porque os outros companheiros passaram a dizer como foi e ele viu que não tinha motivo para receio. Se tornou um dos melhores líderes que já tive.” Um trabalho semelhante foi feito antes da Copa de 2002. Desde então, Scolari notou muitas diferenças no comportamento dos atletas da seleção.

“Tenho dito para a Regina que ela vai se surpreender”, afirmou, em referência aos hábitos adquiridos pelos atletas em seus clubes na Europa. Ele citou como exemplo o hábito de a equipe esperar a chegada do capitão do time para iniciar suas refeições, o que era comum em Portugal. “Esse pessoal da seleção atual também só se senta depois do capitão. Eu não pedi isso, vem da época do Mano Menezes ou não sei de quando. Talvez seja assim porque 80% deles jogam na Europa”, comentou. Com pelo menos oito nomes já confirmados publicamente – sem contar Neymar, o craque do time -, Felipão espera até 7 de maio para divulgar a lista final dos 23 escolhidos para a disputa do Mundial.

(Com agência Gazeta Press)

Continua após a publicidade

Publicidade