Ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner é banido do futebol
Dirigente de 72 anos é acusado de ter recebido propina para influnciar nas escolhas das sedes das Copas do Mundo
O trinitino Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa, ex-presidente da Concacaf e um dos dirigentes esportivos mais influentes nos últimos 30 anos, foi banido por toda a vida de qualquer atividade relacionada ao futebol, anunciou a Comissão de Ética da Fifa nesta terça-feira. Em comunicado, a entidade máxima do futebol indica que o dirigente de 72 anos “cometeu várias infrações de maneira constante e repetida durante o desempenho de vários cargos de direção e influência na Fifa e na Concacaf”.
Warner foi declarado culpado de infringir seis artigos do Código de Ético da Fifa, entre eles os relativos às regras gerais de conduta, princípios de lealdade, obrigação de denunciar, cooperar e prestar contas, conflito de interesses, aceitação e oferecimento de presentes e outros benefícios, além de suborno e corrupção.
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A suspensão vitalícia de Warner foi determinada pelo órgão presidido por Hans-Joachim Eckert, como consequência da investigação realizada pela comissão sobre o processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, vencidos por Rússia e Catar, respectivamente. Nas últimas décadas, Warner foi bajulado por diferentes governos e candidaturas, já que tinha em suas mãos todos os votos da Concacaf, com mais de 35 países. O dirigente também foi acusado pelo FBI de ter recebido propinas para votar na definição das sedes das Copas de 1998 e 2010.
Warner renunciou voluntariamente de todos seus cargos no futebol em 2011, por isso a Fifa fechou os procedimentos então abertos pelo Comitê de Ética e manteve sua presunção de inocência. O ex-presidente da Concacaf é acusado de corrupção por atos cometidos entre 1990 e 2011, dentro de uma investigação feita pelo Departamento de Justiça dos EUA.
A Procuradoria-Geral de Trinidad e Tobago chegou a autorizar a extradição de Warner aos EUA na última segunda-feira, mas os advogados do ex-presidente da Concacaf recorreram da decisão. Uma audiência foi marcada para o dia 2 de dezembro para avaliar o caso. O trinitino foi o segundo ex-dirigente da Fifa banido do futebol, depois do americano Chuck Blazer, informante do FBI.
Extradição – A Justiça Federal da Suíça aprovou nesta terça a extradição para os Estados Unidos de Eduardo Li, ex-presidente da Federação de Futebol da Costa Rica. Ele foi preso em Zurique junto a outros seis cartolas da Fifa acusadas de corrupção, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, em 27 de maio.
Li tem 30 dias para recorrer da decisão suíça. Essa é a quarta extradição aprovada pelos suíços: Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf, aceitou de forma voluntária ser extraditado aos Estados Unidos e escapou da prisão após pagamento de fiança; Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol, e Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana, tiveram os pedidos de extradição aprovados e ainda avaliam se entrarão com recurso. O brasileiro Marin ainda aguarda a decisão sobre seu caso.
(Com agências EFE e Estadão Conteúdo)