Ex-jogador do Boca Juniors diz que árbitros favoreciam o time
Cristian Traverso chegou a dizer que colombiano Oscar Ruiz, árbitro de quatro títulos conquistados pelos argentinos, era “um dos nossos”
A polêmica sobre supostas ajudas dos árbitros aos clubes argentinos na Copa Libertadores da América ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira, 29. Em entrevista ao programa Futbol 910 da Radio La Red da Argentina, ex-jogador do Boca Juniors Cristian Traverso admitiu que o clube foi favorecido em algumas oportunidades e falou sobre a importância dos “bastidores”. O ex-defensor de 47 anos ainda colocou em dúvida a lisura do juiz colombiano Oscar Ruiz, que dirigiu quatro finais vencidas pelo Boca, três delas contra clubes brasileiros.
“Há muito, muito de bastidor na Copa Libertadores. Você tem que ter um time capacitado para ganhar, porque o bastidor não vai definir o que acontece no campo de jogo, mas o extracampo sempre ajuda”, disse. Ele afirmou, no entanto, que os atletas não tinham conhecimento do que acontecia. “Tratávamos de treinar e nos concentrar no que tínhamos de fazer. E depois, por sorte havia muitos árbitros que nos favoreciam”.
Questionado sobre o colombiano Oscar Ruiz, que dirigiu a final do Mundial de Clubes de 2000 vencida pelo Boca sobre o Real Madrid, completou, em tom de bom humor. “Era um dos nossos”. Os espanhóis reclamam de um pênalti não marcado após um toque de mão do zagueiro Sebastián Battaglia na área argentina. Depois, o ex-jogador tentou amenizar o tom. “Quando jogávamos fora também havia arbitragens contra nós”.
O Boca foi campeão quatro vezes com Oscar Ruiz no apito. Além da final de 2000, o colombiano esteve em três partidas que envolveram brasileiros: no jogo de ida da final da Libertadores de 2003 (vitória por 2 a 0 sobre o Santos em La Bombonera), no jogo de volta da final da Libertadores de 2007 (outro 2 a 0, desta vez sobre o Grêmio no Olímpico), e no jogo de volta da final da Recopa Sul-Americana de 2006 (empate contra o São Paulo por 2 a 2 no Morumbi).
Cristian Traverso chegou ao Boca em 1997 e jogou pela equipe até 2002 – teve uma segunda passagem entre 2004 e 2005. Fez parte do elenco que conquistou as Libertadores de 2000 e 2001 e o Mundial de 2000.