Éverton Ribeiro se junta a Tardelli e Goulart em aventura asiática – e impõe desafio a Dunga
Seleção brasileira nunca teve um atleta em atividade na Ásia convocado
O futebol mineiro perdeu mais um de seus craques neste domingo. Depois das vendas de Ricardo Goulart, do Cruzeiro, e de Diego Tardleli, do Atlético-MG, para o futebol chinês, Éverton Ribeiro, destaque cruzeirense nos dois últimos títulos do Brasileirão, também foi negociado. O Cruzeiro fechou a venda do meia para o Al Ahli, dos Emirados Árabes, por 9 milhões de euros (cerca de 26,1 milhões de reais). Além de uma grande perda para os clubes mineiros, as saídas de Goulart, Tardelli e Éverton representam um desafio também para o técnico Dunga, que vinha convocando os três atletas com frequência. Até hoje, nunca um jogador em atividade na China ou nos Emirados Árabes foi lembrado para a seleção brasileira.
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Antes de conseguir a contratação de Éverton Ribeiro, os árabes já haviam apresentado uma proposta de 7 milhões de euros (aproximadamente 20,3 milhões de reais), que foi recusada pelo Cruzeiro no início do mês. Na segunda tentativa, no entanto, o atleta, eleito o “Craque do Brasileirão” pela CBF em 2013 e 2014, mostrou empenho em concluir a transferência e abriu mão de uma quantia que teria a receber para facilitar o negócio. O acerto só deve ser oficializado nesta segunda-feira. Éverton, de 25 anos, também tinha propostas do Milan, da Itália, mas a questão financeira pesou e o meia decidiu jogar na fraca liga dos Emirados Árabes.
Seleção – Até hoje, apenas dois atletas que atuavam na Ásia foram chamados para a seleção brasileira e, curiosamente, Dunga era um deles. Ao lado de César Sampaio, o então capitão da seleção brasileira jogava no Japão quando foi convocado para a Copa de 1998. Em sua primeira passagem como técnico da equipe nacional, Dunga chegou a ser criticado por convocar atletas de ligas europeias menores, como a holandesa, a ucraniana ou a grega. Desta vez, no entanto, o treinador deverá ter ainda mais dificuldades para acompanhar o desempenho de Tardelli, Goulart e Éverton Ribeiro, já que as ligas chinesa e árabe não são sequer transmitidas para o Brasil.
Outro atleta lembrado por Dunga na última convocação e que deixou o país em 2015 foi Kaká. O meia de 33 anos assinou com o Orlando City, dos Estados Unidos, e também jogará as próximas temporadas em um campeonato de menor exigência. Todos eles garantiram que a escolha de trocar de páis não representa uma renúncia à seleção, mas a tendência é que, aos poucos, outros atletas com maior visibilidade sejam testados.
Dunga ainda não se manifestou publicamente sobre as transferências dos quatro atletas e suas chances de serem convocados para o amistoso entre Brasil e França, em Saint-Denis no dia 26 de março. Tardelli foi o dono da camisa 9 da seleção depois da Copa do Mundo e se destacou na vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, em Pequim, em outubro.
(Com Gazeta Press)