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Eufóricos com Dunga, Marin e Del Nero já ‘apagaram’ 7 a 1

Presidente da CBF acha que vitórias em amistosos já restauraram a imagem da seleção. E seu sucessor insinua que Alemanha teme o reencontro com o Brasil

“Acredito sinceramente que o resultado seria diferente, por vários motivos. Gastaria o dia todo se elencasse cada um deles”, afirmou Marin sobre o possível reencontro com os alemães

Antes da Copa do Mundo, José Maria Marin, presidente da CBF, antecipou em um ano a eleição que definiria seu sucessor para evitar que um fracasso no torneio prejudicasse as chances de seu candidato, Marco Polo Del Nero. Deu certo: meses antes da tragédia do Mineirão, o próximo presidente da CBF já estava eleito, apesar de seu mandato começar só no ano que vem. Quem ouve a dupla de cartolas discursando sobre a seleção, porém, pode pensar que a estratégia era desnecessária. Eufóricos com os bons resultados de Dunga nos quatro amistosos disputados desde o Mundial, Marin e Del Nero já falam grosso – mesmo quando o assunto é a Alemanha, que massacrou o Brasil na pior derrota da história centenária da equipe nacional. Na segunda-feira, por exemplo, o presidente avaliou que os 7 a 1 já foram totalmente superados, enquanto seu sucessor insinuava que os alemães estão com medo de conceder uma revanche à seleção pentacampeã.

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Marin e Del Nero participaram do lançamento do Anuário do Futebol Brasileiro, em São Paulo, evento organizado pelo ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi, outro expoente da velha cartolagem. Marin estava orgulhoso, convicto de que a cúpula da CBF precisou de apenas três meses para apagar o desastre da semifinal da Copa. “A vitória sobre a Argentina é fruto das lições tiradas dos 7 a 1”, discursou, para em seguida fazer uma afirmação no mínimo ousada: “O futebol brasileiro voltou a ser respeitado em todo o mundo, mais do que nunca”, sustentou, aparentemente convencido de que a seleção, com suas quatro vitórias em amistosos, não só apagou o vexame como também conquistou um prestígio ainda maior do que tinha antes do Mundial. O presidente da CBF já tinha falado publicamente sobre a vontade de reencontrar a Alemanha “o mais rápido possível”. No evento de segunda, ele reiterou essa vontade e se mostrou confiante numa vitória convincente da seleção brasileira.

“Não digo que seria uma revanche, mas gostaria de enfrentar a Alemanha. Poderia ser até lá na casa deles. Seria bom para testar a equipe. Até agora o Dunga venceu todos os jogos e fez a seleção não sofrer um gol sequer. Ou seja, seria oportuno para nós um duelo de alto nível. Além disso, acredito sinceramente que o resultado seria diferente, por vários motivos. Gastaria o dia todo se elencasse cada um deles”, afirmou Marin, que gostaria de realizar o amistoso com os alemães antes de entregar o cargo a Del Nero. O sucessor também se mostrou ávido para fazer a seleção brasileira enfrentar os campeões mundiais. “A Pitch foi procurá-los, mas eles não quiseram”, disse, citando o nome da empresa britânica que organiza os amistosos do Brasil. “Nós queremos fazer, mas eles não querem. Estão sempre ocupados quando o adversário é o Brasil”, completou o presidente eleito da CBF, em tom provocador, creditando as dificuldades para agendar a partida a um possível temor dos alemães sobre um duelo com a seleção de Dunga.

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‘Erramos’ – Marcar o amistoso será, de fato, difícil – mas não porque o time de Joachim Löw não quer reencontrar os brasileiros. Envolvida na disputa das Eliminatórias da Eurocopa de 2016, a Alemanha terá pouquíssimas datas Fifa disponíveis no ano que vem. E enquanto o Brasil não tem nenhum compromisso já confirmado para 2015, os alemães tem nada menos de seis jogos oficiais e dois amistosos agendados. As partidas contra Austrália, em 25 de março, em Kaiserslautern, e Estados Unidos, em 10 de junho, em Colônia, já estão confirmadas há tempos. Enquanto espera a Alemanha ceder aos seus apelos – ou melhor, aos apelos da empresa britânica que decide quando e onde o Brasil joga -, Marin reflete sobre os equívocos do passado. Não em relação aos preparativos para a Copa, diga-se. “Erramos, na realidade, lá atrás, quando demitimos o Dunga”, disse o presidente da CBF em entrevista ao canal Fox Sports, criticando uma decisão tomada não por ele, mas por Ricardo Teixeira. “Ele é um grande profissional e está mostrando isso a cada jogo.”

(Com agência Gazeta Press)

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