Estudo analisa os impactos da proibição da torcida visitante nos clássicos paulistas, avaliando a Vantagem de Casa das equipes.
A proibição da presença de torcidas visitantes nos clássicos paulistas, implementada em abril de 2016, gerou um intenso debate sobre seus impactos no futebol. Este artigo analisa as consequências dessa medida nos Campeonatos Paulistas (2013-2020) e Brasileiros (2012-2019), focando na Vantagem de Casa (VC) das equipes. A pesquisa foi realizada por João Paulo Ganhor e André Luiz de Souza Celarino, e os resultados revelam insights significativos sobre o desempenho das equipes.
A torcida única surgiu como uma resposta à crescente violência nos estádios de futebol. Embora a intenção fosse reduzir conflitos entre torcedores, a eficácia dessa medida é questionada. Estudos anteriores, como o de Enes et al. (2018), indicam uma redução nos índices de violência, mas a relação entre a presença de torcedores e a segurança ainda carece de evidências concretas.
A pesquisa considerou 138 clássicos, sendo 66 antes e 72 após a implementação da torcida única. A Vantagem de Casa foi calculada com base na metodologia de Pollard (1986), que considera os pontos conquistados em relação ao total de pontos disputados. A Análise de Variância (ANOVA) foi utilizada para determinar a significância estatística dos resultados.
Os dados revelaram que, no Campeonato Paulista, a Vantagem de Casa foi de 58,6% no período analisado, com uma leve diminuição após a proibição da torcida visitante. Em contrapartida, no Campeonato Brasileiro, a Vantagem de Casa se manteve estável em torno de 64,4%. A análise estatística não indicou diferenças significativas entre os períodos, sugerindo que outros fatores, como a fase desportiva das equipes, influenciam mais o desempenho do que a presença ou ausência de torcedores adversários.
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