Estádios blindados
O esquema de vigilância montado para a Copa do Mundo está mais preocupado com protestos perto das arenas do que com o terrorismo
A megaestrutura de segurança montada para a Copa do Mundo tem uma prioridade: impedir que eventuais manifestações cheguem perto dos doze estádios. O entorno das arenas será isolado para evitar tumultos como os registrados em algumas partidas da Copa das Confederações, no ano passado. Em Brasília, por exemplo, o acesso será restrito num raio de 2 quilômetros do Mané Garrincha. Para se aproximar da arena, só com credencial ou ingressos à mão. Agentes de inteligência vêm trabalhando para monitorar em tempo real grupos envolvidos em protestos violentos. A polícia acompanha até fóruns de discussão mantidos por black blocs na chamada “deep web”, um território da internet em que o acesso é restrito e imune a sites de busca.
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A violência comum também está no radar das autoridades. Facções criminosas como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) têm recebido atenção especial. Líderes dessas organizações vêm sendo monitorados, inclusive dentro dos presídios. Há alguns meses, os policiais flagraram conversas em que alguns desses bandidos cogitavam promover atentados a prédios públicos durante a Copa. Essa hipótese, porém, é considerada remota.
O trabalho dos agentes de segurança será coordenado por um centro nacional de operações, com base em Brasília, para onde vão convergir informações de centros regionais montados nas doze cidades-sede. Policiais e agentes dos serviços de inteligência dos países participantes da Copa trabalharão em conjunto com as autoridades brasileiras para a troca de informações sobre visitantes que possam oferecer algum risco. Torcedores violentos cujo nome conste de listas enviadas pelas polícias estrangeiras terão acompanhamento especial – a maior preocupação é com os barra bravas argentinos e os hooligans ingleses.
Bola da VEJA: como VEJA vai mostrar a Copa do Mundo
Ao todo, 100.000 policiais, entre federais, civis e militares, foram mobilizados. Outros 57.000 homens das Forças Armadas farão a segurança de áreas estratégicas, como aeroportos. À Aeronáutica caberá a proteção do espaço sobre os estádios – nas proximidades das arenas haverá até baterias com artilharia antiaérea. Comandos especiais treinados para situações-limite, como sequestro com reféns, estarão a postos. Resta torcer para que, no caso de uma tragédia, tudo funcione tão bem quanto na prancheta das autoridades.
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