Espanhol Morata relata ameaças a sua família após gols perdidos na Euro
“Entendo que me vaiem por não fazer bem meu trabalho, mas existe um limite”, afirmou o atacante sobre ofensas a esposa e filhos
O atacante Álvaro Morata, da seleção espanhola, contou ter recebido uma série de demonstrações de ódio, incluindo ameaças a sua esposa e filhos, durante esta Eurocopa. O motivo para a injustificável covardia: sua falta de pontaria nas primeiras partidas. O jogador da Juventus marcou um gol em dez finalizações e desperdiçou um pênalti na última partida, uma goleada sobre a Eslováquia por 5 a 0, que garantiu a classificação ao time. Em entrevista à rádio Cope, na última quinta-feira, 24, Morata se disse decepcionado por não estar “fazendo bem o seu trabalho”, mas mostrou como as críticas têm passado do limite.
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Morata disse ter ficado nove horas sem conseguir dormir, chateado com os gols desperdiçados. “Entendo que me critiquem por não ter feito gols, sou o primeiro a reconhecer, mas seria bom que as pessoas se colocassem no lugar do outro e percebessem que receber ameaças, insultos a sua família, que digam que ‘espero que seus filhos morram…’ Depois se acontecer alguma tragédia as pessoas vão dizer: ‘poxa, mas ele era um bom menino…’”, desabafou o jogador de 28 anos.
Morata não tem tido um Euro 2020 fácil e lamenta: “Estive nove horas sem dormir depois do jogo com a Polónia. Recebi ameaças e insultos à minha família, a dizer que oxalá os meus filhos morressem.” pic.twitter.com/HVWbYSFTpm
— B24 (@B24PT) June 24, 2021
Diante da surpresa do repórter, Morata detalhou as ameaças. “Acontece sempre, tenho que esconder o celular. Mesmo o que eu não queira ver, as pessoas me contam (…) Eu não me importo, o que me magoa é que ofendam minha mulher, que meus filhos estejam no estádio em Sevilha com a camisa do seu pai e que lhes digam de tudo”, contou.
Morata chegou a ser vaiado por alguns torcedores ainda no aquecimento da partida contra a Eslováquia. Pouco depois, errou um pênalti. “Às vezes é complicado. Entendo que me vaiem por não fazer bem meu trabalho, mas existe um limite. Não dormi nada, adrenalina, um pênalti desperdiçado. Estava feliz com os companheiros (pela classificação), mas me irrita não fazer bem meu trabalho.”
Nesta sexta, 25, o diário Marca, principal esportivo da Espanha, divulgou um editorial de apoio ao jogador, com o título “Somos todos Morata”. O atacante também conta com o apoio do treinador Luis Enrique. Há uma semana, quando o tom das críticas começou a subir, ele garantiu a titularidade de seu camisa 7. “Quero que ele continue fazendo o mesmo, que continue contribuindo com o que ele contribui no ataque e na defesa. Jogaremos com Morata e mais dez”, disse.