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Em Goiânia, um público quieto. Até Neymar entrar em ação

No penúltimo jogo antes da Copa, seleção não lota o Serra Dourada e custa a empolgar o torcedor. Antes do primeiro gol, equipe ouviu até uma breve vaia

José Maria Marin sofreu para subir até a tribuna de honra pelas escadas do velho Serra Dourada. “Falta pouco, presidente”, dizia um assessor enquanto o cartola octogenário reduzia a marcha

Foi preciso que Neymar mostrasse do que é capaz para transformar uma partida morna e pouco animada numa festa para a seleção brasileira em Goiânia. A torcida local demorou a se deixar convencer pela equipe de Luiz Felipe Scolari – no começo do jogo, não parecia que se tratava do primeiro ensaio da seleção antes de estrear numa Copa do Mundo disputada em casa. Depois de iniciar a partida em relativo silêncio, com poucos gritos de apoio ao time, o público foi conquistado pelas grandes jogadas do camisa 10, disparado o melhor em campo. Ao que parece, Neymar carregará sobre os ombros mais uma tarefa para a Copa – a de levantar o torcedor e motivá-lo a jogar junto com o time. Se soubessem por antecipação do que Neymar faria no Estádio Serra Dourada na goleada contra o Panamá, o torcedor goiano talvez comparecesse em maior número à partida: foram 30.666 pagantes, bem abaixo da capacidade total, de cerca de 50.000 pessoas.

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Tanto as arquibancadas (100 reais cada) como as cadeiras (280 reais) não ficaram completamente lotadas (até a véspera, pouco mais de 21.000 ingressos tinham sido vendidos, um número abaixo do que se esperava). Ainda que o clima não fosse de completa euforia no estádio, o torcedor goiano mostrou animação com a seleção, que já havia visitado a cidade em outras duas ocasiões nos últimos anos (em 2011 e 2012). As condições encontradas pela equipe não foram as ideais, já que o Serra Dourada, que já foi um dos melhores palcos do futebol brasileiro, agora é um estádio bastante desgastado. O técnico Felipão, no entanto, fez questão de elogiar a cidade – onde, segundo ele, tem relações de amizade e de negócios (é sócio de um empreendimento imobiliário na capital goiana). O responsável pela escolha de Goiânia para sediar o jogo, José Maria Marin, acompanhou a partida muito sorridente, na tribuna de honra localizada no ponto mais alto do estádio, separada por um vidro de um setor reservado a convidados.

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Antes de chegar ao local, porém, o presidente da CBF sofreu com as diferenças do Serra Dourada em relação às modernas e caras arenas da Copa – como não há elevador, o cartola teve de subir pelas escadas. “Falta pouco, presidente”, dizia um assessor enquanto o dirigente octogenário reduzia a marcha. Antes do apito inicial, os organizadores do jogo promoveram uma homenagem aos brasileiros ganhadores de Copas, representados por Pepe, Mengálvio, Edu, Viola e Piazza. O hino nacional foi cantado pelo pagodeiro Péricles, que acabou sendo cercado pelos atletas da seleção (Felipão, Parreira e Murtosa já haviam cruzado o gramado todo para abraçá-lo). A torcida só ensaiou o primeiro coro de “Brasil” aos 6 minutos, mas ele durou pouco. Menos de dez minutos depois, uma boa troca de passes dos panamenhos motivou até gritos de “olé”. Aos 22 minutos, a torcida puxou uma breve vaia. O golaço de falta de Neymar, três minutos depois, restaurou o clima de festa no Serra Dourada – e aquele era só o primeiro lance genial do camisa 10 na tarde desta terça.

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