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Em áudios, Robinho ameaçou dar soco na cara de vítima de estupro coletivo

Site UOL divulgou trechos de interceptações telefônicas utilizadas na sentença de condenação pela justiça italiana; ex-jogador temia por vazamento

Novos trechos de áudios de interceptações telefônicas entre o ex-jogador Robinho com amigos foram revelados nesta quarta-feira, 14, pelo site UOL. As gravações foram obtidas pela reportagem com autorização judicial e utilizadas como parte importante para a sentença de condenação a nove anos de prisão pela justiça italiana no caso de estupro coletivo a uma mulher albanesa na Itália, enquanto era atleta do Milan, em 22 de janeiro de 2013.

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O conteúdo, denominado “Risos da história”, é o primeiro episódio do podcast “Os grampos de Robinho”. Em chamada pelas redes sociais, realizada um dia antes, a reportagem destaca dois trechos ditos pelos ex-atleta:

“Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, disse, para depois externar preocupação com a possível repercussão do caso: “C… se esse bagulho sai na imprensa, vai me f…”.

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Além de Robinho e de Ricardo Falco, condenados em todas as instâncias, também são nominalmente citados os outros quatro participantes denunciados pela vítima: Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva e Rudney Gomes da Silva, todos mencionados nas conversas e denunciados no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”. Os quatro que voltaram ao país são considerados inocentes do ponto de vista judicial.

“Ninguém vai dizer que vocês fez p… nenhuma com a mina, nem tu nem o Jairo. Pros moleque vai, pro Seu Claytinho, pro Seu Galan, pro Seu Alex. O Galan não, ele não fez nada, mas se a mina botou o nome dele, vou fazer o quê? Agora Claytinho, Rudney e Alex, tá morto”, explica Robinho.

“Eu vi o Rudney rangando ela e os outros cara rangando ali. Então os caras que rangaram ela vão se f…”, completa.

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Robinho foi condenado pela 3ª Seção Penal da Corte de Cassação de Roma -
Robinho foi condenado em todas as instâncias da justiça italiana

Os grampos foram instalados nos veículos de Robinho e Falco em janeiro de 2014, um ano após o crime, e encerrados em abril do mesmo ano. Ao todo, são mais de dez horas de escuta. Em um registro de 24 de abril de 2014, no carro de Falco, Robinho menciona a possibilidade de agressão física contra a vítima.

“A mina sabe que tu não fez p… nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘P…, que que eu fiz contigo?”, afirma, que também admite ter mantido relações sexuais da vítima, fato que negou durante as investigações. Ao ser interrogado, em abril de 2014, Robinho desmentiu a acusação admitindo apenas ter tido relação via sexo oral com a vítima.

“Vamos chutar errado: ‘Ah, deu alguma coisa, descobriram que o Ricardo [Falco] participou, que o Neguinho comeu a mina.’ ‘É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, completa.

Por diversos momentos, Robinho nega as acusações e ri: “Os muleques que estão f… Olha como Deus é bom. Eu nem toquei na menina, agora eu vi o Rudney rangando ela, e os outros caras rangando ela. Então os caras que rangaram ela vão se f…”

“Se ela for acusar, ela vai acusar o Claytinho (Clayton Florêncio dos Santos) que tocou nela. De resto, ninguém tocou nela”, acrescentou em outro trecho.

Robinho na época em que jogava pelo Milan
Robinho na época em que jogava pelo Milan

Falco, que residia em Milão e tinha passaporte italiano, era considerado um amigo pela vítima antes do crime. Ele diz que foi procurado por ela na tentativa de compreender o que havia ocorrido na boate.

No conteúdo de pouco mais de 50 minutos, ainda há o momento em que Robinho liga para outro amigo envolvido naquela noite, questionando os próximos passos da investigação: “E agora? Vai entender se a mina teve filho ou não, ninguém sabe se ela teve, se ela não teve, a polícia não vai falar”.

Ele ainda exalta o fato de não haver câmeras de monitoramento dentro da discoteca.

Em 23 de setembro de 2021, o site ge havia publicado parte da transcrição de escutas telefônicas. O jogador demonstrava preocupação com o estado da vítima e com a possibilidade de ser convocado para prestar depoimento.

Neste ano, o Ministério Público Federal entregou à Justiça um parecer favorável à prisão de Robinho. O ex-jogador vive livre em Santos e teve pedido de extradição para a Itália negado em novembro de 2022, com base na Constituição, que não permite extraditar brasileiros natos. No entanto, há embasamento jurídico para que ele seja preso no Brasil.

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