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Dorival cobra união por mudanças no futebol brasileiro: ‘Pisamos no produto’

Em entrevista exclusiva à PLACAR, treinador do São Paulo explica por que ‘não há lealdade’ entre as partes e diz que falta vontade para por 'dedo na ferida’

Dorival Júnior é uma das vozes que clama por mudanças no futebol brasileiro. Um dos fundadores da Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF), criada com o intuito de regularizar e organizar a categoria no país, o treinador do São Paulo falou, em entrevista exclusiva à PLACAR, da necessidade de todos os atores do esporte – clubes técnicos, jogadores, arbitragem, federações, imprensa – se unirem pensando no bem coletivo.

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Com mais de vinte anos na atual profissão, depois de quase outras duas décadas também como jogador profissional, ele ressalta: “estamos pisando no nosso produto”.

“Não temos união entre as áreas, não há lealdade. Então, de que maneira vamos contribuir? Não tem como. Como eu vou cobrar de um jogador que ele não simule uma situação? Eu posso cobrar, mas, infelizmente, do meu lado não vai acontecer o mesmo. Ou eu posso não cobrar e, ao lado, existir alguém cobrando. Não é uma atuação única. Então, o que nós vemos em todos os jogos? Uma simulação clara, a todo momento, induzindo a arbitragem ao erro”, iniciou dizendo Dorival.

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“Quando nós vemos as nossas atitudes fora de campo, questionando a todo momento a arbitragem de uma maneira errada, o árbitro não tendo paciência em momento nenhum, uma animosidade gratuita, um combate de diretoria para com atletas, de atletas para com diretorias e assim por diante. A imprensa está participando de todo esse sistema, também, fomentando muita coisa. Por isso que eu falo: são muitos pontos que nós deveríamos estar brigando para que diminuíssemos, para que parássemos, para que sentássemos no ambiente e refizéssemos tudo o que vem acontecendo no futebol brasileiro”, completou.

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O treinador ainda põe o “dedo na ferida” explicando que há receio das partes envolvidas em, de fato, se posicionar pleiteando as sonhadas adequações.

“Nós temos coisas muito boas para fazermos, muitas coisas para melhorarmos. Agora, temos muito pouca vontade de botar o dedo na ferida. É lógico que é um sistema viciado há muitos anos. É um sistema que poucas pessoas querem uma mexida, ou uma melhora, mas em algum momento vai ter que acontecer e só uma união de todos os segmentos que farão com que as coisas possam acontecer, possam dar certo. Volto a falar: nós estamos, infelizmente, denegrindo a imagem do nosso principal esporte, daquilo que movimenta milhões e a massa daquilo que faz com que muitas pessoas sejam abnegadas aos seus clubes. Nós estamos pisando nesse produto. Nós não estamos sabendo conviver e nem fazer com que ele possa crescer, evoluir e melhorar”, explicou.

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Nos últimos dias, PLACAR divulgou outros trechos da entrevista com Dorival Júnior, tanto no site quanto na PLACAR TV. Ele fala também sobre os problemas que encontrou no São Paulo, a saída do Flamengo, os motivos para ter ficado quatro meses sem trabalhar, e muito mais. A íntegra da entrevista e a edição de agosto estão disponíveis desde sexta-feira, 11.

Edição 1502 chega nas bancas nesta sexta-feira - Reprodução/Placar
Edição 1502 chega nas bancas nesta sexta-feira – Reprodução/Placar
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