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Doria diz que renovação com a Fórmula 1 pode acontecer ainda este ano

Com contrato até o final de 2020, governador de São Paulo diz que novo vínculo pode ser firmado antes mesmo da concessão de Interlagos à iniciativa privada

O governador de São Paulo João Doria declarou neste domingo 17, em visita ao Autódromo de Interlagos, que fará uma reunião com Chase Carey, diretor-executivo da Fórmula 1, ainda em dezembro, com objetivo de renovar o contrato do circuito paulista com a principal categoria do automobilismo. Doria diz ser possível firmar um novo acordo, com validade de mais 10 anos, oito meses mais cedo que a data-limite proposta por Carey para anunciar o calendário da Temporada 2021, esperado para agosto do ano que vem.

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“Nossa ideia é acertar tudo nas reuniões em dezembro. São Paulo já tem uma proposta pronta – e boa – para ser aceita pela Liberty (Media Corporation, proprietária da F1) e ser anunciada antes de agosto. No final deste ano, se possível. Quanto mais cedo melhor, ajuda a preparar e organizar o projeto em 2021 e também ajuda a torcida a se manter animada para os próximos 10 anos”, disse Doria, em coletiva.

O então prefeito da capital visitou empresários de Abu Dhabi em 2017 e apresentou o então projeto da venda de Interlagos. Neste ano, no entanto, seu sucessor Bruno Covas alterou os termos da proposta e transformou o projeto em concessão, sob alegação de que esta modalidade garante a obrigatoriedade de a empresa gestora de Interlagos executar manutenções no autódromo regularmente. Este formato prevê que o autódromo será cedido à prefeitura durante um período de 80 dias no ano, justamente durante as datas de realização do GP de São Paulo de F1 – Doria pretende “municipalizar” o nome do Grande Prêmio. O edital está publicado no site da prefeitura e deve receber as propostas, bem como abrir os envelopes em 8 de janeiro de 2020.

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Entre os que manifestaram interesse, estão as empresas brasileiras Time For Fun, que comanda a Stock Car, a Wtorre, gerenciadora do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e a RNGD Consultoria de Negócios, administradora da Arena BSB, em Brasília. Dentre os grupos internacionais, estão investidores da China e administradores árabes do Grande Prêmio de Abu Dhabi, o mais tecnológico da Fórmula 1, vistos com bons olhos pelo governo de São Paulo.

O edital divulgado pela prefeitura inclui na proposta de concessão a construção de um hotel, um shopping e galpões comerciais. A ideia é de aproveitar o espaço inutilizado do autódromo para adquirir mais lucro, assim como é feito no GP de Abu Dhabi. O concessionário, além disso, será obrigado a fazer reformas no complexo e adequações a métodos sustentáveis, como utilização de materiais recicláveis. O leilão, realizado em janeiro próximo, começará a partir de 198 milhões de reais e o contrato será válido pelos próximos 35 anos. De acordo com Doria, o projeto de concessão foi inspirado nos modelos do GP de Abu Dhabi e México.

“O modelo de Abu Dhabi me chamou muita atenção pela forma de ocupação do circuito. O autódromo é ocupado em 360 dias do ano, apesar do calor de 44ºC e 45ºC durante o dia. Ele se tornou o epicentro de uma área dedicada ao automobilismo, com hotéis, residências, áreas de lazer, espetáculo e shoppings. Então, há atividades todos os dias no local. O GP do México também me chamou atenção. Eles viabilizaram a continuidade do GP com suporte de empresas privadas mexicanas e é o que vamos fazer em São Paulo”, comentou João Doria.

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O contrato da F1 com Interlagos vai até o próximo ano. Os trâmites para a renovação, entretanto, se complicaram desde a chegada do Rio de Janeiro na concorrência pelo GP. O presidente Jair Bolsonaro assinou um termo de cooperação, em maio deste ano, para construir um novo autódromo da capital carioca, no bairro de Deodoro – que teve licitação suspensa pela Justiça Federal -, com objetivo de sediar a corrida da principal categoria do automobilismo.

No mês seguinte, após reunião com Chase Carey, diretor-executivo da Fórmula 1, Bolsonaro afirmou que a corrida tinha 99% de chance de ser sediada pelo Rio. “Nós não perderemos a Fórmula 1. O contrato vence ano que vem com São Paulo e resolveram retornar a Fórmula 1 para o Rio de Janeiro. Seria isso ou a saída do Brasil. Noventa e nove por cento de chance, ou mais, de termos a Fórmula 1 a partir de 2021 no Rio de Janeiro. Ninguém está tirando a Fórmula 1 de São Paulo. Ela está permanecendo no Brasil”, declarou o presidente, na ocasião.

Doria ressaltou que a negociação de renovação com a Fórmula 1 está sendo negociada em parceria com a prefeitura, mas não quis falar sobre a concorrência do Rio. Ele, porém, utilizou dados de aumento na segurança em São Paulo como argumento para a renovação, criticando seu concorrentes nas entrelinhas – os quais elogiou pelo sucesso na realização de grandes eventos, como o Rock In Rio.

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