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‘Donos do Mineirão’, atleticanos provocam rivais após título

Tardelli avisou que time ‘manda’ no maior palco do futebol mineiro e Luan disse que Cruzeiro ‘treme’ contra o Atlético. Para Levir, nunca houve título mais justo

“Era para ter sido de três ou quatro. Sabemos jogar contra eles. Com todo o respeito, mas o Cruzeiro treme quando pega o Atlético”, disparou Luan

A conquista inédita da Copa do Brasil já seria motivo de sobra para o Atlético-MG festejar. Mas vencer dois jogos contra o arquirrival, o segundo deles diante de um Mineirão lotado de cruzeirenses, na noite de quarta-feira, deixou os principais ídolos da equipe em estado de euforia. Diego Tardelli, autor do gol da vitória na segunda partida da decisão, e Luan, o símbolo da campanha vitoriosa na competição, aproveitaram para provocar a metade azul de Belo Horizonte – e festejaram o fato de sua equipe ter levantado a taça num estádio tomado de torcedores do adversário (menos de 2.000 ingressos foram liberados aos atleticanos). “Quero comemorar com a nossa torcida, que infelizmente não está em maioria aqui. Ainda assim, esse povo que está aqui faz mais barulho que os que estão aí atrás vestindo azul”, disse Tardelli sobre a ruidosa minoria atleticana no Mineirão. “Para mim, a sensação é melhor que a de vencer a Libertadores. Ganhar do Cruzeiro na final é gostoso e aqui é nosso salão de festas. Quem manda no Mineirão é a gente”, disparou.

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Bom humor e sinceridade marcam redenção de Levir Culpi

Luan, que deixou o campo machucado, ainda no primeiro tempo, foi ovacionado pelos atleticanos que conseguiram um ingresso para assistir de perto à final. Assim como Tardelli, ele cutucou os oponentes. “Não tem sentimento maior do que conquistar um título diante da torcida adversária. Eu já tinha dito que iríamos para cima. E era para ter sido de três ou quatro”, alfinetou, em referência à clara superioridade do Atlético em ambas as partidas da decisão. “Sabemos jogar contra eles. Com todo o respeito, mas o Cruzeiro treme quando pega o Atlético.” Mais experientes e discretos, o goleiro Victor e o zagueiro Leonardo Silva, que foi o capitão na final e teve o privilégio de erguer a taça, evitaram provocar o rival, mas também comemoraram muito. “Essa festa não tem hora para acabar porque é um título muito importante para a história do Atlético. Esse grupo veio para quebrar paradigmas na história do clube”, afirmou Victor, lembrando que o time soma quatro títulos desde o ano passado. “Nada mais justo e merecido que o título terminar nas nossas mãos. O sonho se materializou”, disse o capitão.

Com quase 30 anos de experiência como treinador, Levir Culpi disse que o título da Copa do Brasil foi um dos mais gratificantes da sua carreira. “Há coisas que não dá para explicar. Estou feliz demais. Foi um dos títulos mais justos que eu já vi. Fizemos milagres. Eliminamos Palmeiras, Corinthians, Flamengo e nosso maior rival com duas vitórias. Talvez seja o título mais significativo da minha carreira, por toda a dificuldade envolvida”, disse o treinador, que chorou no gramado. Levir já tinha sido campeão da Copa do Brasil em 1996 – como técnico do Cruzeiro. O presidente do Atlético, Alexandre Kalil, não foi ao Mineirão, mas comemorou bastante a conquista que marca sua despedida do cargo – ele está encerrando seu mandato. “Estou muito emocionado. Este foi praticamente meu último jogo no comando do clube. Meu prêmio é dar esse título à torcida”, disse o cartola em entrevista à Rádio Itatiaia. Kalil disse que evitaria zombar dos cruzeirenses para não acirrar os ânimos – mas não deixou de usar um termo provocativo ao falar sobre isso. “Não vou fazer gozação com os cruzeirenses, sei que o momento é dolorido para eles. Vou respeitar a dor do nosso freguês. Vamos comemorar em paz.”

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Cansaço – Do lado cruzeirense da final, o técnico Marcelo Oliveira – que agora é três vezes vice-campeão da Copa do Brasil – lamentou o desgaste físico de seu time na reta final da competição. “Ninguém consegue jogar tantas partidas consecutivas e decisivas sem prejuízo. Poderia ter sido melhor se tivéssemos um pouco de descanso. É uma coisa que vem de anos e ninguém faz nada para melhorar”, lamentou, insatisfeito com o calendário. Enquanto o treinador analisava o duelo com o Atlético, o Mineirão era palco de um situação inusitada: os jogadores do Atlético-MG não comemoraram sozinhos no gramado, pois os cruzeirenses festejaram fazendo referência à conquista do Brasileirão, no domingo. O atacante Marcelo Moreno agradeceu à torcida por ter apoiado a equipe mesmo depois da derrota e enalteceu o ótimo momento do futebol mineiro. “Já há alguns anos que o futebol de Minas está fazendo a diferença. Os títulos têm ficado aqui. E nós ganhamos o campeonato mais difícil do mundo, que é o Brasileiro, e também o Mineiro”, lembrou o boliviano.

(Com Estadão Conteúdo e agência Gazeta Press)

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