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Dono do DIS chama pai de Neymar de ‘vagabundo’ e fala em suborno

Delcir Sonda revelou que atacante já estava fechado com o Real Madrid quando o presidente do Barcelona atravessou negociação, em 2011

O empresário Delcir Sonda segue atacando Neymar Jr. e seu pai e empresário, Neymar da Silva Santos. Dois dias depois de dizer que “vestir uma camisa de Neymar é apoiar a corrupção”, o dono do grupo de investimentos DIS  que detinha 40% do passe do atacante quando ele era do Santos – chamou o pai do jogador de “vagabundo” e disse que Neymar só não se transferiu ao Real Madrid porque foi “subornado” pelo então presidente do Barcelona, Sandro Rosell.

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“O primeiro clube a mostrar interesse em Neymar foi o Real Madrid. E Neymar disse que sim. Até fez os exames médicos numa clínica de um amigo meu. Estavam dispostos a pagar os 65 milhões de euros da cláusula, inclusivamente mais 10 milhões”, revelou Sonda em entrevista ao diário espanhol AS.

“Para ser claro: Sandro Rosell subornou o pai de Neymar. Esse é o delito de corrupção do qual o acusamos”, afirmou o empresário, citando o “empréstimo” pago à empresa da família do jogador, ainda em 2011, dias antes de o Santos ser goleado pelo próprio Barcelona na final do Mundial de Clubes.

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Sonda não economizou nas ofensas ao pai de Neymar. “Desde o início, seu pai exerceu uma má influência sobre ele. O pai de Neymar é, como dizemos no Brasil, um vagabundo. Um picareta que graças ao seu filho tornou-se rico do dia para noite. A avareza desse homem vai levá-lo para o mau caminho. Desde o início ele se aproveitou de Neymar.”

O empresário contou ainda uma história envolvendo Neymar e o amigo Paulo Henrique Ganso que teria estremecido a relação entre o jogador e seu pai. “Neymar assinava muitos contratos publicitários e só recebia metade do dinheiro, o resto ficava com seu pai. Ele descobriu isso um dia que fez uma propaganda para a Gilette com Ganso e soube que o parceiro ganhava mais. Ele veio me perguntar como isso era possível e aí descobrimos que o pai dele ficava com metade do dinheiro, fazia isso em todos os contratos.” Questionado se um dia perdoaria a dupla, Sonda respondeu: “Neymar pode ser. Seu pai, nunca”.

Entenda o caso

O atacante Neymar e Sandro Rosell do Barcelona
Neymar e Sandro Rosell, na apresentação Europa Press/Getty Images/Getty Images

Neymar e seus familiares são alvo de processos na Espanha e no Brasil. O caso que pode levá-lo à prisão, tratado pela imprensa espanhola como “Neymar 2”, se refere à quantia que o fundo de investimento DIS teria direito a receber com a transferência, pois detinha 40% dos direitos do jogador. 

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Inicialmente, o Barcelona informou que o negócio custou ao clube 57,1 milhões de euros (cerca de 249,5 milhões de reais na época). Oficialmente, o Santos recebeu 17,1 milhões de euros (cerca de 74,8 milhões de reais). Depois, o clube catalão admitiu que gastou 86,2 milhões de euros (pouco mais de 364 milhões de reais). Mas o clube espanhol alega que pagou 40 milhões de euros de indenização à empresa N&N, da família de Neymar.

Inicialmente, o tribunal concluiu que o dinheiro que o grupo DIS reclamava se referia a salários e bônus acertados, e não ao valor da transferência. O grupo, no entanto, manteve as denúncias contra Barcelona, Santos, Neymar e seus familiares. 

O DIS pediu, então, uma indenização de até 195 milhões de euros (700,3 milhões de reais). O fundo de investimentos solicitou ainda que o brasileiro seja condenado a cinco anos de prisão, enquanto os promotores do Ministério Público da Espanha querem dois anos de prisão e 10 milhões de euros (35,9 milhões de reais) de multa para o atacante. O DIS ainda pede oito anos de prisão para o atual presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell. Neymar e seus familiares também respondem à Justiça brasileira a acusações de fraudes fiscais.

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