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Diego Costa pode perder o jogo, mas já ganhou a Espanha

O esforço do jogador sergipano naturalizado espanhol para se curar de uma lesão muscular até sábado atraiu a simpatia do torcedor local antes da Copa

Desde que se juntou à seleção, Diego Costa tem crescido no respeito e na admiração do torcedor local. Quem não acompanhava de perto seu desempenho pelo Atlético passou a prestar mais atenção em seu papel na equipe. E o brasileiro passou a ser visto, cada vez mais, como um jogador ao velho modo espanhol, dos tempos da ‘Fúria’

Enquanto Diego Costa viajava às pressas rumo a Belgrado para tentar uma cura quase milagrosa para a séria lesão muscular que ameaça impedir sua participação na final da Liga dos Campeões, no sábado, no Estádio da Luz, em Lisboa, o atacante sergipano que escolheu defender a seleção da Espanha ficava, ao mesmo tempo, cada vez mais próximo do Brasil. Afinal, o comportamento do artilheiro do Atlético de Madri nas últimas semanas fez sua cotação subir entre os espanhóis, que ficaram impressionados com o espírito de luta e com a fome de vitória do jogador. Depois de uma temporada notável, em que foi peça essencial para o sucesso do Atlético tanto na liga espanhola como no torneio europeu, Diego chegou à reta final das duas competições mostrando os sinais do desgaste físico provocado por essas campanhas. Com seu estilo aguerrido e trombador, o atleta de 25 anos foi driblando as contusões até onde foi possível.

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Na partida que decidiria o campeonato nacional, contra o Barcelona, no Camp Nou, Diego sofreu uma pequena ruptura num músculo da perna direita. Desabou no gramado, em desespero, e chorou copiosamente no banco de reservas. Sua frustração por não conseguir ajudar a equipe foi amenizada pela conquista do título, graças a um empate por 1 a 1. Na festa para receber os jogadores no retorno a Madri, numa praça vizinha ao Museu do Prado, Diego foi um dos mais ovacionados pela torcida – e, pelo menos durante essa celebração, ignorou as dores e pulou com os companheiros. Na segunda-feira, contudo, Diego já tinha uma ideia fixa: partir para o sacrifício e jogar a final de Lisboa, mesmo que longe das condições ideais. A viagem à Sérvia para se tratar com uma médica conhecida por recuperar lesões musculares como num passe de mágica (o tratamento, segundo consta, utiliza placenta de égua) mostrou mais uma vez o jeitão brigador, raçudo e sem nenhuma frescura do brasileiro nascido no pequeno município de Lagarto, a 75 quilômetros de Aracaju.

Fúria – Diego Costa está na Espanha há sete anos anos, vindo do futebol português. Passou por Celta, Albacete, Valladolid e Rayo Vallecano antes de se firmar no Atlético, onde, desde o ano passado, enfim passou a ser visto como um dos principais atacantes do futebol europeu. Sofreu com o desgaste causado pela disputa entre os técnicos do Brasil, Luiz Felipe Scolari, e da Espanha, Vicente del Bosque, para convencê-lo a jogar a Copa por suas seleções. Optou pela Espanha e teve de ouvir, à distância, às queixas de Felipão sobre a decisão de “dar as costas para um sonho de milhões de brasileiros”. Não respondeu – e, em silêncio, fez sua estreia pelo país que adotou (em março, em um amistoso contra a Itália, no próprio estádio do Atlético, o Vicente Calderón). Num país em que o desemprego atinge quase um quarto da população e que ainda tenta se adaptar à realidade de uma Europa inundada por imigrantes, a convocação de um brasileiro naturalizado despertou uma mistura de otimismo (pelo óbvio salto qualitativo da equipe nacional, carente de bons atacantes, às vésperas da Copa) e frieza. Diego concluiu os trâmites para a obtenção apenas recentemente (em setembro de 2013). Não terá, é claro, a mesma aceitação popular instantânea de ídolos locais como Casillas, Xavi, Iniesta e Xabi Alonso.

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Desde que se juntou à seleção naquela primeira convocação, porém, Diego Costa tem crescido no respeito e na admiração do torcedor. Quem não acompanhava de perto seu desempenho pelo Atlético passou a prestar mais atenção em seu papel na equipe da capital. E o brasileiro, sempre incansável, solidário e contundente, passou a ser visto, cada vez mais, como um jogador ao velho modo espanhol, adotado pelas seleções que não tinham o futebol vistoso e cadenciado da atual geração. Diego acaba sendo, aos olhos do torcedor local, uma lembrança viva da velha Fúria. O antigo apelido da seleção foi aposentado (agora, a Espanha quer ser chamada de “la Roja”), mas serve como uma luva para ilustrar o estilo do novo atacante da equipe. Entre os jornalistas que acompanham de perto a seleção espanhola, é dado como certo que Diego estará na lista final de convocados por Del Bosque para o Mundial. Apesar da concorrência de atletas já experimentados, como Negredo e Llorente, boa parte acha que o brasileiro acabará sendo titular. A única dúvida é se o estilo de jogo do brasileiro, de muita explosão e conclusões rápidas a gol, vai combinar com a quase interminável troca de passes que antecede cada investida ofensiva da atual campeã mundial.

Português com sotaque – Outra preocupação – essa já manifestada pelo próprio atleta nas conversas com o técnico Del Bosque – é com a reação do resto do grupo à sua entrada na seleção, que vem de três conquistas históricas (duas Eurocopas e um Mundial) de forma consecutiva. Quem estava nesses elencos vitoriosos e perde espaço com a chegada do brasileiro pode, naturalmente, torcer o nariz para o novato. Mas Diego se disse aliviado com a primeira experiência com o grupo – conta ter sido bem recebido, sem nenhum sinal visível de atrito ou descontentamento dos companheiros. O fato de ter alguns de seus colegas de Atlético ao seu lado (Juanfran, Koke e Villa) deve ajudar, assim como o fato de Diego ter se adaptado muitíssimo bem à vida em seu novo país. Fala bem o idioma (seu português é que ficou com sotaque espanhol) e tem boa relação com os colegas de equipe. Depois da Copa, entretanto, Diego Costa pode seguir os passos de outros artilheiros espanhóis, como Negredo (do Manchester City), Soldado (do Tottenham) e Fernando Torres (do Chelsea), e se despedir do país que o acolheu. O técnico José Mourinho espera levá-lo para Londres – por uma ironia do destino, para substituir justamente Torres, o autor do gol que iniciou o ciclo vitorioso da “Roja”, na final da Eurocopa de 2008.

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https://youtube.com/watch?v=9MGu5sPHEJI%3Frel%3D0

2013: Bayern

Depois de perder duas decisões em três anos – uma delas, em seu próprio estádio -, o Bayern não deixou passar a terceira oportunidade de levantar a taça. Em um clássico alemão, a equipe de Munique derrotou o Borussia por 2 a 1 no Estádio de Wembley.

2012: Chelsea

A equipe londrina surpreendeu e conquistou seu primeiro título contra o Bayern de Munique, na casa do adversário, a Allianz Arena. Didier Drogba foi o grande destaque da final, que foi decidida nos pênaltis depois de empate por 1 a 1 no tempo normal.

2011: Barcelona

Com Messi inspirado e com Pep Guardiola como técnico, o Barça foi campeão no Estádio de Wembley, em Londres, fazendo 3 a 1 no Manchester United. O jogo é considerado uma das melhores da fase de ouro da equipe catalã sob o comando de Guardiola.

2010: Internazionale

O argentino Milito foi o destaque na vitória da equipe italiana sobre o Bayern, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri – fez os dois gols na vitória por 2 a 0 e deu à Inter de Milão um título que não conquistava desde a década de 1960. Mourinho era o técnico.

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2009: Barcelona

Eto’o e Messi marcaram os gols da vitória catalã no Estádio Olímpico de Roma, contra o Manchester United de sir Alex Ferguson e da dupla de ataque formada por Rooney e Cristiano Ronaldo. Foi o terceiro título do torneio continental para o Barça.

2008: Manchester United

Na final entre os ingleses, a equipe de Alex Ferguson levou a melhor sobre o Chelsea, no Estádio Luzhniki, em Moscou. No tempo normal, Cristiano Ronaldo abriu o placar e Lampard empatou. Na cobrança de pênaltis, Anelka perdeu e o United comemorou.

https://youtube.com/watch?v=e5iNzdPlAj4

2007: Milan

Com grandes atuações de Kaká e Inzaghi, a equipe italiana se vingou da derrota para o Liverpool na final de 2005. A decisão disputada no Estádio Olímpico de Atenas foi totalmente dominada pelo Milan, que conquistou seu sétimo título da Liga dos Campeões.

2006: Barcelona

Com Ronaldinho Gaúcho em grande fase, o Barça era favorito contra o Arsenal no Stade de France, em Paris. Os ingleses saíram na frente com Campbell, mas os catalães viraram com gols de Eto’o e do brasileiro Belletti. Foi o bicampeonato do Barcelona.

2005: Liverpool

Uma das maiores surpresas da história do torneio – não pela vitória da equipe inglesa, clube tradicional na competição, mas sim pela recuperação histórica. O Milan vencia por 3 a 0 no intervalo em Istambul. O Liverpool buscou o empate e venceu nos pênaltis.

2004: Porto

Carlos Alberto e Deco estavam entre os destaques da jovem equipe do Porto treinada por um então desconhecido, José Mourinho. Do outro lado estava outra zebra, o Monaco. A final, disputada em Gelsenkirchen, terminou com vitória dos portugueses, 3 a 0.

https://youtube.com/watch?v=9y7zKOKJGzk

2003: Milan

A final entre dois italianos no estádio Old Trafford, em Manchester, foi marcada pelo enorme equilíbrio. Milan e Juventus ficaram no 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. Na disputa por pênaltis, Dida defendeu três cobranças e Shevchenko selou a vitória do Milan.

https://youtube.com/watch?v=OLh6lGlXC3A%3Frel%3D0

2000: Real Madrid x Valencia

https://youtube.com/watch?v=jjYPOj2hros%3Frel%3D0

2003: Milan x Juventus

https://youtube.com/watch?v=jGJ62A2_CTQ%3Frel%3D0

2008: Manchester United x Chelsea

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