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Dia dos Pais: quando o talento esportivo passa de uma geração para outra

Quem são os filhos de grandes atletas do planeta que tentam repetir seu sucesso nas pistas, quadras, campos e piscinas

Estudos comprovam: a aptidão para um esporte pode ser transmitida pelo código genético para as próximas gerações. Ao longo da história, existem diversos casos dos filhos de atletas famosos que tentaram repetir os feitos de seus familiares nas pistas, campos e ginásios. Evidentemente, nem todos tiveram êxito – basta lembrar que Edinho, filho do Rei Pelé, o maior atleta do século XX, não passou de um goleiro mediano na década de 90. Atualmente, há uma nova leva de jovens trilhando os passos dos pais campeões. No automobilismo, as famílias Schumacher e Barrichello podem voltar a se cruzar em um futuro próximo. Em outros esportes, outros sobrenomes famosos podem reaparecer. Há até um caso inusitado de uma garota tentando a sorte no alto rendimento em uma modalidade diferente daquela pela qual o pai ficou famoso. Conheça os exemplos na lista abaixo:

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Luiz Gustavo Borges (natação)

Gustavo Borges é ainda hoje um dos maiores na história da natação brasileira. Conquistou quatro medalhas em três Olimpíadas diferentes e é até hoje o brasileiro com mais pódios em competições internacionais. O ex-atleta de 46 anos, no entanto, acredita que pode ser superado por seu próprio herdeiro, Luiz Gustavo Borges, de 19 anos. “É muito legal vê-lo seguindo meus passos, ele já tem tempos mais rápidos que os meus na idade dele. É possível que ele supere todas as minhas marcas, sim”, contou o pai da promessa a VEJA. Luiz Gustavo tem a piscina nos dois lados da família: a espanhola Barbara Franco também foi nadadora de alto rendimento.

Luiz Gustavo trilha o mesmo caminho do pai até em termos acadêmicos: cursa administração na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, onde Gustavo Borges também estudou e treinou. E, segundo o pai, lida bem com o fato de carregar um sobrenome famoso. “Antes ele sentia um pouco essa pressão, mas agora que ele viu que os resultados dele são bons, ele não tem mais tanto essa preocupação. Ele está animado e trilhando seu próprio caminho na natação, além de ter ótimas notas na universidade, o que é mais um motivo de orgulho para mim.” Gustavo Borges confessa que faz a linha “pai coruja”. “Não interfiro mais tanto como fazia quando ele era jovem, hoje ele tem um treinador, que é linha-dura.” O filho do ídolo da natação nasceu nos Estados Unidos, mas, segundo Gustavo, é “100% brasileiro” e não considera outra hipótese além de defender a seleção sul-americana.

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S E N I O R P I C T U R E S 2016 & 1991

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Mick Schumacher (Automobilismo)

Pouquíssimo se sabe sobre o real estado de saúde do alemão Michael Schumacher depois de quase seis anos do acidente de esqui sofrido pelo ex-piloto alemão, heptacampeão mundial de Fórmula 1, nos Alpes Franceses. Sobre o desempenho de seu filho Mick, de 20 anos, no entanto, há uma profusão de notícias, a maior parte delas honrando a tradição familiar. No último domingo 4, o jovem venceu sua primeira prova na Fórmula 2, categoria considerada a porta de entrada para a F-1, na Hungria.

“Foi um momento emocionante vê-lo levantar os braços para o céu, e não posso negar que isso me lembrou de seu pai, Michael”, afirmou Ross Brawn, atual diretor esportivo da categoria e chefe da Ferrari nos tempos gloriosos de Michael, em entrevista à Motorsport. Mick já afirmou diversas vezes que seu objetivo é chegar à Fórmula 1 e já realizou, inclusive, alguns testes pela escuderia italiana.

Mick e Michael Schumacher Marco Canoniero/John Marsh/Getty Images

Eduardo Barrichello (automobilismo)

O automobilismo é um terreno fértil às dinastias: as famílias Piquet, Senna, Prost, Villeneuve, Verstappen, Rosberg são apenas alguns dos sobrenomes que, volta e meia, passam pelas pistas. Se o filho de Michael Schumacher já está no caminho da Fórmula 1, um dos herdeiros de Rubens Barrichello, seu antigo companheiro de equipe na Ferrari, também persegue o mesmo sonho. Eduardo Barrichello, mais conhecido como Dudu, tem 17 anos e já compete em provas nos Estados Unidos. Assim como o pai, ele iniciou sua trajetória no kart e foi subindo de categorias. Atualmente, Dudu integra a equipe DEForce Racing, da categoria USF2000, uma espécie de vestibular da Fórmula Indy.

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Daniel Maldini (futebol)

A história da família Maldini no Milan já chegou à terceira geração. Teve início em 1954, com Cesare, que atuou também como treinador do Milan e da seleção italiana e morreu em 2016. O mais famoso e celebrado integrante do clã, no entanto, foi Paolo Maldini, considerado um dos maiores defensores da história do futebol mundial. Ele estreou na equipe profissional com apenas 16 anos e jamais vestiu a camisa de outro clube até se aposentar em 2009, com 902 jogos disputados e cinco Ligas dos Campeões erguidas, entre outras tantas taças.

Agora, Daniel Maldini, de 17 anos, tenta repetir o sucesso familiar. No último dia 23, o jovem meio-campista formado no próprio Milan fez sua estreia pela equipe profissional em amistoso de pré-temporada contra o Bayern de Munique. Antes de Daniel, seu irmão, o zagueiro Christian Maldini, também já havia tentado a sorte no clube e chegou a ser capitão do Milan nas categorias de base, mas jamais chegou ao time principal e hoje, aos 23 anos, joga no Fano, da terceira divisão.

Cesare, Paolo e Daniel: família Maldini inicia um novo ciclo no clube Rossonero Arquivo/Vittorio Zunino Celotto/Nick Tre. Smith/Getty Images

Nicoll Pirv de Godoy (vôlei)

Nicoll, de 15 anos, leva o vôlei nas veias. É filha de Giba, campeão olímpico e uma das lendas do esporte brasileiro, e da romena Cristina Pirv, outra atleta de enorme destaque internacional, inclusive na Superliga brasileira, em décadas passadas. O casal se separou e a menina se mudou com a mãe para a Europa, mas sem abandonar o gosto pelas quadras. “Começando a amar esse esporte… está no DNA, né”, brincou, em postagem recente. Nicoll, aliás, é bastante assídua nas redes sociais e tem um canal no Youtube, onde fala, entre outras coisas, de vôlei. O outro filho de Giba e Pirv, Patrick, de 10 anos, também demonstra talento com as mãos, mas em outra modalidade: é goleiro de futebol.

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Esse #tbt é de respeito ! @nicollpgoficial

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Maria Mauad (tênis)

Há no Brasil um caso mais raro, no qual o filho de um esportista famoso sonha com uma carreira de sucesso em uma modalidade diferente do pai. Maria Mauad é filha de Alex, meio-campista de raro talento, com passagens pela seleção brasileira e ídolo de Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe. Aos 15 anos, Maria já obteve resultados relevantes no tênis juvenil e, no fim do ano passado, conseguiu seus primeiros pontos no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF).

“Estou muito feliz, não sei explicar a sensação de vencer meu primeiro jogo no circuito mundial”, contou a jovem, ao site da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), na ocasião. Procurado por VEJA, Alex não quis comentar sobre os feitos e aspirações de Maria. “Deixa as coisas acontecerem naturalmente, não quero colocar mais pressão na minha própria filha”, justificou o ex-jogador de 41 anos por meio de sua assessoria.

Alex, e sua filha, a tenista Maria Mauad Reprodução/Instagram
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