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Destaque da Dinamarca na Euro é um ícone de apoio a daltônicos

Segundo organização, Thomas Delaney foi o primeiro jogador de elite a assumir a deficiência visual que o faz confundir tons de vermelho e verde

Uma curiosa histórica marca a carreira do meio-campista Thomas Delaney, herói da classificação dinamarquesa para as semifinais desta Eurocopa. O jogador de 29 anos se tornou um símbolo de apoio aos portadores de deficiência visual ao ter revelado publicamente que é daltônico, ou seja, tem  dificuldade para distinguir determinadas cores.

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O daltonismo é um problema geralmente hereditário, que acomete mais homens que mulheres, e geralmente envolve a incapacidade de diferenciar tons de vermelho e verde. É justamente o que acontece com o jogador do Borussia Dortmund e da seleção dinamarquesa. Delaney relatou o problema em 2018, antes do início da Copa do Mundo da Rússia.

Ele decidiu ligar para uma rádio local que ironizava as reclamações de torcedores daltônicos que sofreram para assistir a um amistoso entre Dinamarca (de vermelho) e México (de verde): “O meu nome é Thomas. Sou daltônico e isso acontece. No outro dia em campo era difícil ver quem era da minha equipe e quem era o adversário”, afirmou o jogador à rádio DR P3, surpreendendo a todos com sua iniciativa de participar do debate e assumir a sua deficiência.

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Desde então, o jogador se tornou uma referência para os cerca de 350 milhões de daltônicos pelo mundo. Em entrevista à BBC, Kathryn Albany-Ward, fundadora da organização ‘Consciência sobre os Daltônicos’, afirmou: “É o primeiro jogador de elite no ativo que o reconhece publicamente. Não sei se sabem o que isto significa. A maioria não diz nada porque temem que isto afete o seu valor de mercado.”. A Dinamarca de Delaney é uma das surpresas desta Euro e enfrenta a Inglaterra na semifinal, em Wembley, na quarta-feira, 7.

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Polêmica na última Copa

Projeção mostrou como daltônicos assistiram a Rússia x Arábia Saudita em 2018
Projeção mostrou como daltônicos assistiram a Rússia x Arábia Saudita em 2018 Twitter/Reprodução

Na abertura da última Copa do Mundo, a Fifa não se atentou à escolha dos uniformes de Rússia e Arábia Saudita e causou controvérsia. “O daltônico só reconhece os times de longe nesse jogo pelos calções”, afirmou um torcedor nas redes, iniciando o debate. Projeções mostraram que tanto as camisas vermelhas dos russos quanto o uniforme inteiro verde dos árabes aparentavam ter a mesma tonalidade, entre marrom e cinza.

Apesar desta falha, a Fifa está ciente do assunto e há anos vem optando por organizar suas partidas em tons monocromáticos (uma equipe com uniforme inteiramente claro e outra toda de escuro). É por isso que se tornou comum ver, por exemplo, Argentina e Alemanha abandonando seus calções pretos no uniforme titular, algo que incomodou os tradicionalistas.

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Ao priorizar uniformes monocromáticos e em tonalidades bem distintas, a Fifa evita incômodos para daltônicos e também para pessoas que ainda utilizam televisão em preto e branco – são minoria, claro. Há alguns anos, a Nike chegou a cogitar (e até produzir) um calção amarelo para a seleção brasileira, o que podia obrigá-lo a jogar todo de ‘canarinho’ ao enfrentar uma seleção de azul, por exemplo. A ideia foi rejeitada após pressão da CBF.

 

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