Publicidade
Publicidade

Daniel Alves acha que seleção ‘paga o pato’ por crise no Brasil

Lateral disse que povo está “revoltado com outras coisas” que refletem na indignação com o time que enfrenta a Venezuela nesta terça, em Fortaleza

O lateral-direito Daniel Alves acredita que o técnico Dunga e seus convocados não são os únicos culpados pela indignação popular com a seleção brasileira. Acostumado a se posicionar de forma controversa, o jogador do Barcelona culpou a crise política e econômica que o país atravessa pela pressão ao time nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. “O brasileiro está tão revoltado com certas coisas, que todos nós acabamos pagando. Somos a linha de frente dos disparos porque estamos vestindo essa camisa. Ficamos à mercê de tudo isso”, comentou nesta segunda-feira, na entrevista prévia ao duelo contra a Venezuela, em Fortaleza. “Só faço um pedido, se é que posso pedir alguma coisa: que a seleção brasileira não pague o pato do Brasil. Estamos pagando o pato da revolta dos brasileiros com outras coisas.”

Publicidade

Leia também:

Brasil precisa vencer Venezuela em Fortaleza para recuperar confiança

Oscar e Daniel Alves personificam velhos pecados de Dunga

Dunga defende Oscar, o pior em campo no Chile

Daniel Alves assumiu sua responsabilidade por ter feito parte dos times que fracassaram na Copa do Mundo no Brasil e na Copa América no Chile, mas disse que é hora de o time recuperar a confiança. “Temos inúmeros pontos negros nas nossas carreiras, mas, no final, veremos que houve mais vitórias do que derrotas. Não podemos nos apegar a isso. Não dá para apagar o que aconteceu, mas também não pode ser algo tão marcado nas nossas vidas, porque temos coisas bem mais maravilhosas do que essa fatalidade”, afirmou o lateral, multicampeão com o Barcelona.

O que também contribui para a falta de identificação de alguns torcedores com a seleção é o distanciamento com o torcedor brasileiro e Daniel Alves, formado no Bahia, foi um dos atletas que construíram quase toda a sua trajetória profissional na Europa – está na Espanha, primeiro no Sevilla e depois no Barcelona, há 13 anos. “As circunstâncias do futebol brasileiro impedem que a gente consiga fazer uma grande carreira no país. Mas, apesar de jogar fora, sou tão brasileiro quanto o mais brasileiro daqui, que não sei quem é”, afirmou. “Somos empurrados à Europa porque temos o objetivo de estabilizar as nossas famílias, de dar boa qualidade de vida. Os clubes brasileiros não te preparam para subir, e sim para vender. Somos moedas de troca.”

Publicidade

“Se pensarmos nos tapas que levamos, não chegaremos a lugar algum. Sabemos que não temos a credibilidade de outros momentos, mas buscamos retomar essa confiança. O nosso comprometimento é muito grande e independe das opiniões das pessoas. Amamos estar aqui e representar o Brasil”, discursou o atleta de 32 anos. Chamado às pressas após o corte de Rafinha – e, mesmo assim, alçado ao posto de titular – Daniel terá uma nova chance de amenizar a revolta da torcida nacional, contra a Venezuela, na noite desta terça-feira, às 22h (de Brasília) no Castelão.

(com Gazeta Press)

Continua após a publicidade

Publicidade