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Cristiano Ronaldo: trabalho, talento e ambição

Perseguidor de recordes, craque português vai à Copa na condição de melhor jogador do mundo

Com o cabelo impecável, mesmo após mais de noventa minutos jogados, Cristiano Ronaldo encara o goleiro Buffon, da Juventus da Itália. Pênalti para o Real Madrid. Convertê-lo evitaria uma prorrogação, colocando o clube espanhol nas semifinais da Champions League. Gol. Na comemoração, o atacante português faz o gesto que reserva para momentos apoteóticos: retira a camisa e contrai sua trabalhada musculatura. Ele não exibe o abdômen rasgado somente por sua notória vaidade, mas para mostrar ao mundo o resultado de seu disciplinado esforço para se manter em altíssimo nível aos 33 anos.

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Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018

“Tenho que estar 100% e levo isso muito a sério. Para manter esse nível, é preciso fazer sacrifícios”, disse o “gajo” à edição de fevereiro da revista GQ italiana. Em sua rotina, pelo menos oito horas de sono — nada de noitadas. A alimentação é baseada em proteínas e carboidratos integrais, combustíveis para a pesada rotina de treinos físicos, que não se limita às atividades no Real Madrid. Aprecia vinho, moderada e esporadicamente. Resultado: um espantoso índice de apenas 7% de gordura corporal.

Tudo para perseguir recordes. Cristiano é o maior artilheiro da história da seleção portuguesa (81 gols) e do Real Madrid (449 em 436 jogos, mais de um por partida e contando). Também é o goleador máximo da Champions, pela qual foi líder da artilharia em sete edições. Prêmios de melhor jogador do mundo tem cinco, empatado com Messi, seu antagonista. Certamente, treinará dobrado se o argentino voltar a ultrapassá-lo.

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“Ganhei uma Bola de Ouro antes do Messi. Depois, ele me passou e ganhou quatro seguidas. Não escondo que me senti triste e com raiva. Ia às cerimônias e não ganhava. Chegou um ponto em que não queria mais ir. Estar lá só para a foto não me interessava”, confessou Cristiano à revista France Football de dezembro de 2017. Na mesma edição, cravou: “Sou o melhor jogador da história”.

Para quem reivindica o topo, deve ter sido frustrante não estar em campo no momento da maior conquista de Portugal. Na final da Eurocopa de 2016, contra a França, saiu lesionado aos 24 minutos do primeiro tempo. Por mais espontânea que tenha sido sua decisão de motivar os colegas à beira do gramado, dividindo a área técnica com o treinador Fernando Santos, o midiático CR7 (apelido que também é marca) sabia que as câmeras vigiavam suas reações. Deu um jeito de não ser coadjuvante no roteiro daquela vitória.

Faça-se justiça: sem seu capitão, a “seleção das quinas” é uma equipe comum. Sem seus dois gols no empate com a Hungria, Portugal não teria passado da primeira fase da Euro. O título continental já colocou o craque na história, mas ele é insaciável. Uma Copa do Mundo em seu currículo seria chegar ao olimpo. Experimentou uma semifinal, em 2006, quando perdeu para a França por 1 a 0. O autor do gol, Zinedine Zidane, era seu treinador no Real Madrid até pedir demissão do clube na semana passada. Como ganhador do Mundial de 1998 na condição de solista, é ótimo conselheiro para a missão de Cristiano Ronaldo.

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