Coronavírus: clubes da Série C solicitarão socorro financeiro à CBF
Sem bilheteria, sócio-torcedor e outras fontes de renda, equipes informam que não têm como se manter durante a pandemia
Em meio às incertezas causadas pela paralisação do futebol em razão a pandemia de coronavírus, os vinte clubes que disputam a Série C do Campeonato Brasileiro em 2020 se organizaram para cobrar medidas emergenciais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em reuniões por videoconferência, os dirigentes das equipes detalharam a gravidade da situação e pleitearam uma “mesada” junto à entidade que rege o futebol nacional. Ainda não há previsão de quando os campeonatos nacionais irão começar no país.
Na manhã desta quarta-feira, 1º, o presidente do Criciúma, Jaime Dal Farra, chegou a dizer pediria à CBF o valor de 250.000 reais para cada clube pelos próximos seis meses, numa tentativa de diminuir os prejuízos causados pela Covid-19. “A CBF tem um poderio grande de bastante valores aplicados. A ideia é que eles nos ajudem. A Série C é complicada financeiramente. Pedimos seis parcelas de 250.000 reais para cada clube, senão será difícil suportar”, afirmou Jaime Dal Farra em entrevista coletiva.
Procurado por PLACAR, o presidente do Remo, Fábio Bentes, explicou que os valores não estão fechados. “Creio que o presidente do Cricíuma, na melhor das intenções, acabou se expressando mal. No plano emergencial que mandamos consta, entre outras informações, uma planilha dos custos de cada clube nesse período que ficará parado. Esse valor (250.000 por mês) é uma média do que precisaríamos, mas não necessariamente a CBF teria de pagar toda a quantia. Não estamos exigindo nada, estamos abrindo um diálogo no qual pretendemos chegar em algum valor. Não é uma solicitação política, é uma solicitação técnica”, explicou Bentes.
Diferentemente do que acontece com os clubes séries A ou B, os direitos de transmissão Série C não rendem um centavo sequer aos clubes participantes – a CBF usa toda a receita obtida pela parceria com a plataforma de streaming DAZN para pagar os custos da realização do torneio. Sem jogar, portanto, os clubes não tem renda de bilheteria e ainda enfrentam a fuga de patrocinadores e sócio-torcedores. Segundo o presidente do Remo, as negociações com a CBF deverão ser abertas a partir desta quinta-feira 2. Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a entidade que rege o futebol nacional não retornou até o momento.
Os capitães dos 20 clubes da Série C também organizaram desde a semana passada uma campanha nas redes sociais para pedir socorro à CBF. “Nos apresentamos diante da Confederação Brasileira de Futebol com a intenção de solicitar doação de recursos para os clubes da Série C, com destinação exclusiva de manter em dia o pagamento dos salários e imagens dos seus atletas, a fim de auxiliar, ou ao menos minimizar, os impactos financeiros advindos desta enorme crise mundial”, diz um trecho do texto.
A Série C do Brasileirão tinha previsão de começar em maio, mas assim como todos os Estaduais e competições nacionais e internacionais, está suspensa por tempo indeterminado.