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Corinthians ainda precisa pagar quase R$ 2 bilhões por Itaquerão

Auditoria mostrou as dificuldades do clube para quitar as dívidas da arena

Conselheiros do Corinthians tiveram acesso nesta segunda-feira a uma auditoria contratada pelo clube referente às obras do Itaquerão, e tomaram conhecimento de um dado alarmante: após mais de três anos da inauguração da arena, a dívida do projeto ainda pode chegar a quase 2 bilhões de reais. O documento foi feito pela empresa Claudio Cunha Engenharia e Construções.

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Considerando juros e encargos até agosto (de 2017) e descontando o valor dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs), a obra da arena ainda custaria atualmente R$ 1,338 bilhão. Sem os CIDs, o valor sobe para 1,8 bilhão de reais.

Além disso, a Odebrecht deixou de fazer R$ 150 milhões em obras e deveria pagar uma multa de R$ 22 milhões pelo atraso na entrega do estádio. Segundo a auditoria, além da multa, a construtora ainda deveria pagar também por reparos feitos na obra no valor de 60 milhões de reais. Assim, o Corinthians teria um crédito de 230 milhões de reais.

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Em alguns setores em que a obra não foi finalizada, o Corinthians tem dificuldade em realizar eventos ou fazer algum tipo de negócio no local. A auditoria aponta que o prejuízo do clube chega a 100 milhões de reais por causa de obras inacabadas em camarotes e outros setores da arena.

Caso o Corinthians consiga vender todos os CIDs, deve arrecadar algo em torno de 454 milhões de reais – CIDs são títulos comprados por empresas para abater o valor pago com impostos municipais. Os papéis foram emitidos pela prefeitura como contrapartida de benefícios para a economia da zona leste e pela abertura da Copa de 2014.

O valor seria um alívio para as contas do clube, mas o Corinthians tem muitas dificuldades para vender os CIDs. A auditoria sugere que o clube negocie com a Odebrecht ceder os papéis para a construtora como forma de abater parte da dívida, que está na casa de 976 milhões de reais.

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Paolo Guerrero durante o jogo contra o Figueirense, na estreia do Itaquerão pelo Campeonato Brasileiro
Jogo de estreia do Itaquerão, em maio de 2014 Ivan Pacheco/Veja.com/VEJA

Refinanciamento

O Corinthians negocia com a Caixa o refinanciamento da dívida da arena. Hoje, todo o valor arrecadado no estádio vai para o fundo criado para pagar a obra. A ideia da diretoria corintiana é conseguir ficar com parte do dinheiro arrecadado, seja pela renda de bilheteria dos jogos ou eventos realizados na arena, para a utilização em outros setores, como contratação de jogadores, investimentos no clube, dentre outros.

A Odebrecht disse desconhecer o resultado da auditoria e que não recebeu qualquer documento sobre o assunto. A construtora ainda voltou a afirmar que não deixou obras inacabadas e apenas tinha um orçamento máximo de obras (985 milhões de reais), e que o arquiteto e o próprio Corinthians solicitaram mudanças no projeto inicial; essas alterações teriam feito alguns itens custarem mais caro do que o planejado. O clube, então, decidiu não realizar o que estava faltando, pois o valor da arena seria ainda maior.

(com Estadão Conteúdo)

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