Publicidade
Publicidade

‘Copa das Copas’ rebaixa padrão Fifa; veja lista das falhas

Problemas e gafes da primeira semana são mais numerosos que os das edições anteriores – e as brechas na segurança agora são a maior preocupação da Fifa

Com os estádios entregues em cima da hora, sem o tempo necessário para testar e avaliar todos os aspectos de sua operação, abriu-se o caminho para gafes e constrangimentos absolutamente dispensáveis

Mesmo com a avalanche de notícias negativas nos últimos meses de preparativos para a Copa do Mundo no Brasil, muita gente que já tinha experiência na organização do evento mantinha a calma, confiando no famigerado padrão Fifa – afinal, as tão faladas exigências da dona da festa seriam a garantia de que o torneio transcorreria sem nenhum grande fiasco. Com seu rigoroso conjunto de parâmetros e normas, a entidade sediada na Suíça tenta manter as condições básicas do Mundial sempre inalteradas, seja o país-sede a Alemanha, a África do Sul ou o Brasil. Os atuais anfitriões, porém, conseguiram o que muitos julgavam ser bastante improvável: passada uma semana da estreia do Mundial brasileiro, o padrão Fifa desceu um degrau, e o torneio revela falhas pouco costumeiras em Copas. Algumas são corriqueiras e sem consequências mais graves; outras, principalmente as que se referem à segurança, preocupam – na noite de quarta, depois da invasão de um grupo de torcedores chilenos à sala de imprensa do Maracanã, o palco da grande final, representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) realizaram uma reunião emergencial para discutir as brechas na proteção ao perímetro fechado ao redor dos estádios, que deveria ser uma área totalmente segura. Não foi a primeira falha grave de segurança – e a vulnerabilidade do aparato montado para as partidas foi revelada também em outras sedes.

Publicidade

A segurança fora dos estádios é responsabilidade conjunta das autoridades locais e do COL (policiais fazem a vigilância do entorno e manejam as barreiras montadas nas vias de acesso, enquanto seguranças privados fazem o trabalho de revista dos torcedores e do controle de fluxo nos portões). Trata-se, portanto, de um problema a ser solucionado tanto na organização local como nas forças de segurança pública. Outras falhas menos alarmantes também decorrem de equívocos cometidos pelo próprio país-sede. Em diversos casos, o padrão Fifa foi arranhado por pequenos tropeços de grande repercussão – e na origem de boa parte deles está um assunto que já foi discutido à exaustão. Com os estádios entregues em cima da hora, sem o tempo necessário para testar e avaliar todos os aspectos de sua operação, abriu-se o caminho para gafes e constrangimentos absolutamente dispensáveis. Até agora, a Copa do Mundo é extraordinária, com partidas emocionantes, futebol ofensivo e vibrante e atmosfera festiva. Mas isso, é bom dizer, é mérito das seleções e craques que fazem o espetáculo em campo e dos torcedores que têm lotado os estádios – e não de quem prometeu a melhor Copa do Mundo de todos os tempos sem ter, de fato, oferecido as condições necessárias para isso.

Publicidade