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Copa-2022: Fifa só vai divulgar uma parte da investigação

Entidade promete uma primeira declaração sobre o caso em novembro – mas sem revelar nomes dos envolvidos na suspeita de compra de votos na eleição

A investigação conduzida pela Fifa sobre a suspeita de corrupção no processo de escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 jamais será divulgada publicamente em sua versão integral. Em um comunicado distribuído nesta sexta-feira, a entidade promete para meados de novembro uma primeira declaração sobre os resultados da apuração – que, porém, não deverá apresentar os nomes dos envolvidos no escândalo, que seriam mantidos em anonimato. O Catar é suspeito de ter comprado votos para sediar a Copa de 2022. Pressionada por dirigentes de vários países, principalmente os que representam as nações derrotadas na eleição, a Fifa decidiu encomendar uma investigação independente.

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Michel Platini é envolvido em escândalo da Copa no Catar

Um primeiro informe de 200.000 páginas foi produzido pelo advogado americano Michael Garcia, chamado pela Fifa para investigar todo o processo. Seu texto foi entregue a um juiz alemão, Hans-Joachim Eckert, que tomará uma decisão sobre eventuais punições. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, um dos cartolas que votaram no Catar, foi um dos focos da investigação de Garcia. Em declarações publicadas no site da Fifa, porém, o juiz Eckert confirmou que não divulgará a versão completa do documento, e sim apenas um resumo. Dirigentes e autoridades vinham cobrando a Fifa para que as conclusões da apuração fossem trazidas a público o mais rápido possível. A entidade tem freado o processo sempre que possível.

“A declaração vai incluir um resumo da investigação, um resumo das principais revelações, nossas conclusões e nossas recomendações, além de uma rápida avaliação”, disse o alemão sobre a divulgação prometida para novembro. Segundo ele, “publicar o informe completo colocaria o Comitê de Ética da Fifa e a própria Fifa em uma situação muito difícil do ponto de vista legal”. “Além disso, temos de respeitar o direito das pessoas mencionadas, o que não poderia ser feito em caso de publicação completa do informe”, completa o magistrado. Eckert nega qualquer tipo de desentendimento com Garcia, alertando que o americano apenas pediu que “uma publicação adequada” fosse realizada. Segundo o alemão, ele está neste momento trabalhando para decidir como apresentar as informações.

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O juiz não descarta, por exemplo, publicar trechos inteiros da investigação omitindo apenas os nomes dos envolvidos. “A principal exigência é que os direitos pessoais sejam preservados”, declarou. Um dos obstáculos legais é que parte das entrevistas realizadas por Garcia ocorreu sob a garantia de anonimato. Michel Platini, presidente da Uefa e que votou pelo Catar, é um dos cartolas favoráveis à publicação do informe – ele foi citado como um dos possíveis envolvidos no escândalo. O príncipe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, e membro da Fifa, também exige conhecer a totalidade do documento. Já o presidente da entidade, Joseph Blatter, é contra sua publicação completa.

(Com Estadão Conteúdo)

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