Convocação de brasileiro para seleção italiana divide treinadores
Roberto Mancini criticou escalação de Eder, da Sampdoria. Já Antonio Conte e Marcelo Lippi defenderam a inclusão de atletas naturalizados
A seleção italiana se habituou a contar com atletas naturalizados nos últimos anos – foi campeã da Copa de 2006 com um argentino (Mauro Camoranesi) entre os titulares. No entanto, a presença de estrangeiros na Azzurra ainda é motivo de discussão. Neste sábado, o técnico Antonio Conte convocou o brasileiro Eder, artilheiro da Sampdoria, e o argentino Franco Vásquez, do Palermo. O técnico da Inter, Roberto Mancini, criticou a escalação. “A seleção italiana deve ser italiana. Os jogadores não nascidos na Itália não podem jogar na seleção, a não ser que tenham parentes italianos. Essa é a minha opinião”, afirmou Mancini à agência Ansa.
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Conte, que foi colega de Mancini na seleção italiana na década de 1990, respondeu às críticas do colega e lembrou que na última Copa do Mundo havia vários atletas naturalizados. “Sigo as regras. Não sou o primeiro e não serei o último a convocar estrangeiros. No último Mundial, havia 83 naturalizados”, afirmou Conte ao diário Gazzetta dello Sport. Ele ainda recordou que outros estrangeiros foram convocados pela selação italiana, incluindo os brasileiros Thiago Motta, Rômulo e Amauri, e disse que “a Azzurra é para os melhores”.
“Vazquez tem mãe italiana e sempre disse que gostaria de defender a Itália. Nunca forcei ninguém a aceitar uma convocação. A camisa da Azzurra não deve ser uma consolação para quem não consegue chegar à seleção de seu país. Vazques e Eder são jogadores que podem dar contribuições importantes à seleção.”
Marcelo Lippi, técnico que dirigiu a seleção italiana na conquista do tetracampeonato em 2006, defendeu a escolha de Conte. “Se o regulamento é respeitado, não vejo problema. Claro que seria melhor se todos fossem italianos, mas se os jogadores são úteis, por que não convocá-los? Ganhei uma Copa com o Camoranesi. Se Cristiano Ronaldo ou Messi tivessem parentes italianos, ninguém iria contestar”, afirmou Lippi à emissora Mediaset. Éder, de 28 anos, atua na Itália desde 2005 e já passou por times como Empoli, Brescia, Cesena e Sampdoria. Catarinense, ele foi revelado pelo Criciúma.
(da redação)
