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‘Constrangida’ com invasão, Fifa quer segurança reforçada

Chefe de segurança da entidade nega atrito com autoridades locais e fala em cooperação para resolver falhas. Mas episódio de quarta provocou mal-estar

“Já ouvi gente falar �que a Fifa se esconde atrás do governo. Isso não é verdade. Estamos todos no mesmo barco, não é a Fifa e o COL de um lado e as autoridades brasileiras do outro”, disse o chefe de segurança da Fifa

A Fifa classifica de “constrangedor” o episódio da invasão do Maracanã por torcedores chilenos sem ingresso, na tarde de quarta-feira, pouco antes da partida entre Chile e Espanha. Eles invadiram o centro de imprensa do estádio, que será palco da final da Copa do Mundo, em 13 de julho, e depredaram o local, assustando os jornalistas brasileiros e estrangeiros (e já provocando um reforço na segurança no Itaquerão). O “constrangimento” com esses profissionais foi admitido nesta quarta-feira pelo diretor de segurança da entidade, o alemão Ralf Mutschke, em uma entrevista coletiva concedida no próprio Maracanã. “Precisamos proteger os jornalistas e os torcedores, sem dúvida alguma. Fizemos reuniões para tratar dessa situação e podem estar certos de que ela não vai se repetir”, garantiu Mutschke. Apesar do evidente mal-estar entre os envolvidos na organização – a proteção ao entorno do estádio é de responsabilidade das forças de segurança brasileiras e o controle de acesso é feito por segurança particular contratada pelo Comitê Organizador Local (COL), o representante da Fifa tentou desmentir qualquer atrito entre as partes.

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O alemão disse também que as conversas sobre o assunto, envolvendo Fifa, COL e autoridades locais, “foram boas, apesar de tratarem de um assunto tão ruim”. Mutschke disse que “segurança é uma prioridade da Fifa” e negou que a entidade tenha se omitido nessa área, deixando toda a responsabilidade aos brasileiros. “Já ouvi gente falar �que a Fifa se esconde atrás do governo. Isso não é verdade. Estamos todos no mesmo barco, não é a Fifa e o COL de um lado e as autoridades brasileiras do outro. Há envolvidos de diversas partes e os trabalhos são coordenados por representantes de diferentes forças”, explicou o alemão. Ex-policial federal (trabalhou como segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), o gerente de segurança do COL, Hilário Medeiros, também falou em cooperação para melhorar a proteção ao estádio da grande final. Ele admitiu que será necessário alterar alguns procedimentos da operação de segurança das arenas.

“Garantimos a integridade total do estádio, podem nos cobrar disso”, afirmou Medeiros, que fez questão de ressaltar que os invasores forem controlados sem que se recorresse à violência. “A força pública e a segurança privada deram uma resposta imediata.” O gerente de segurança explicou como os torcedores têm driblado as barreiras erguidas ao redor do estádio (o acesso aos portões de entrada é restrito a quem tem ingressos e credenciais). “Eles estão usando bilhetes usados em outras partidas para enganar a triagem”, disse Medeiros. Outros vão ao estádio muito cedo, quando ainda não existe barreira policial montada nas vias que levam ao Maracanã. Tanto o gerente de segurança como o chefe de comunicação do comitê local, Saint-Clair Milesi, repetiram que a invasão de quarta foi �”um episódio isolado”, mas o cerco ao Maracanã já havia sido furado no primeiro jogo da Copa no estádio, entre Argentina e Bósnia, no domingo.

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