Conheça as caminhoneiras que atropelam preconceitos
Dois encontros com caminhoneiras que venceram prejulgamentos e, a despeito das dificuldades, abrem caminho para mais mulheres assumirem o volante
Anailê faz o embarque e o desembarque do complexo portuário de Vila Velha, no Espírito Santo. É a única mulher em meio a 174 homens a fazer esse tipo de serviço. Já Mariana Mira roda o país a partir de Campinas, São Paulo. Criou o Grupo Elite Rosa, que congrega mulheres na estrada e defende com unhas e dentes o direito e o prazer de ser motorista de caminhão.
As duas, cada uma ao seu estilo, simbolizam as caminhoneiras encontradas pela Expedição Vozes do Futebol nos 40 dias de jornada.
O Mercedes-Benz Atego rodou 10 205 quilômetros pelas cinco regiões do Brasil em busca de boas histórias. Ficou evidente que o mundo das estradas se trata de um universo masculino, mas também descobrimos mulheres que tiram de letra a profissão. Apesar dos percalços, elas são figuras cada vez mais presentes nas boleias.
Para chegar aonde chegou, Anailê precisou encarar e superar o preconceito. “No começo, desdenhavam de mim”, conta. “Hoje sou respeitada.” Para não ficar longe dos filhos, não vai para a estrada – prefere trabalhar no porto. “Sou mãe em primeiro lugar.” Adora futebol e, como é possível ver no vídeo, faz embaixadinhas com a facilidade de um craque.
Já Mariana não é muito do mundo da bola, mas tem no filho o sabe-tudo dos gramados. “Ele é completamente apaixonado por futebol”, diz a mãe. Como não entende muito do assunto, a campineira, que diz ter diesel na veia, deixou o garoto livre para escolher o time do coração. Não deu outra: o Corinthians ganhou mais um torcedor.