Como funciona a piscina de ondas de Kelly Slater que sedia etapa da WSL
Idealizado pelo surfista americano, o Surf Ranch Pro recebe os melhores do mundo para surfar a “onda tecnologicamente perfeita”
A cidade de Lemoore, na Califórnia, passou fazer parte do calendário da Liga Mundial de Surfe (WSL) no ano passado, apesar de ficar a pouco mais de 190km de distância da praia mais próxima, a Avila Beach. O local da etapa do Mundial, disputada pela segunda vez neste final de semana, trocou a água salgada pela doce da mais tecnológica piscina de ondas do mundo, localizada no Surf Ranch, local idealizado pelo surfista americano Kelly Slater, 11 vezes campeão da WSL, com o intuito de criar a “onda perfeita”.
O surfista é fundador da Kelly Slater Wave Company, que tirou do papel, junto do cientista Adam Fincham, da Universidade do Sul da Califórnia, o projeto da piscina de ondas, um sonho antigo de Slater. A empresa do americano teve parte de suas ações compradas em 2016 pela WSL, que investiu e reuniu os melhores do mundo para um bem sucedido teste no ano seguinte. O brasileiro Gabriel Medina, foi o vencedor da etapa inaugural do ano passado, resultado que lhe ajudou na conquista do bicampeonato mundial.
A piscina tem 700 metros de comprimento, por onde a onda se estende, e 150 metros de largura até a faixa de areia, com o fundo da piscina feito de um material similar a um tapete de yoga. Cada centímetro percorrido pela onda é detalhadamente calculado, inclusive com amortecedores para amenizar o ricochete da água que bate nas paredes. Tudo é feito com o objetivo de gerar uma onda limpa e perfeita para os surfistas demonstrarem suas maiores habilidades durante o percurso.
Diferentemente das outras dez etapas do Mundial de surfe, o evento não tem baterias no formato “homem a homem”. Na primeira fase, os 36 competidores foram divididos em seis baterias e cada um teve direito a pegar quatro ondas (duas para a direita e 2 para a esquerda).
Na última quinta-feira 18, Medina conseguiu a melhor nota do evento até o momento – 17,77, com direito a uma nota 9 – e se manteve na briga pelo bicampeonato do Surf Ranch Pro. A final, com os oito melhores classificados, será disputada no sábado 21.
O Surf Ranch ainda não é totalmente aberto ao público. No ano passado, na primeira edição da Founders’ Cup, competição por equipes de diferentes países, ingressos VIP de até 9.500 dólares (cerca de 39.000 reais na cotação atual) garantiam a experiência de surfar por uma hora na piscina de ondas.