Com redenção de Toni Kroos, a campeã Alemanha voltou para o jogo
Meia do Real Madrid cometeu raríssimo erro, mas fez o gol da vitória nos acréscimos
Desde que chegou ao Real Madrid, há quatro temporadas, Toni Kroos sempre foi o líder de aproveitamento de passes da liga espanhola. Acertou 92,7% dos 8.387 passes que deu nesse período. Por isso foi tão espantoso vê-lo falhando e provocando a jogada do gol sueco, que por boa parte do jogo ameaçou a sobrevivência da Alemanha na Copa do Mundo da Rússia. Com sua enorme habilidade, entretanto, redimiu-se de forma apoteótica. Aos cinquenta minutos do segundo tempo, a precisão de seu pé direito definiu a vitória por 2 a 1 sobre a Suécia. Os atuais campeões do mundo se mantêm postulantes a avançar, basta um triunfo com bom saldo de gols contra a eliminada Coreia do Sul.
O primeiro tempo foi de tensão para os alemães, que viram a Suécia cumprir muito bem seu propósito. “Não teremos muita posse e jogaremos no contra-ataque. O importante é aproveitarmos nossas poucas chances”, avisou na véspera o meia Fosberg, em entrevista ao jornal alemão ‘Bild’. De fato, os suecos tiveram apenas 27% da posse de bola e foram precisos quando avançaram. Quando Berg arrancou, aos treze, foi derrubado, mas o árbitro polonês Szymon Marciniak não marcou pênalti. Aos 32, o raríssimo passe errado de Kroos permitiu a construção da jogada do gol sueco, marcado por Toivonen. E a Suécia só não foi para o vestiário com dois gols de vantagem porque Manuel Neuer mostrou estar realmente em forma ao se esticar no cabeceio de Berg.
Momentaneamente desclassificada, só restava à Alemanha finalmente incomodar a defesa sueca. Logo aos três minutos do segundo tempo, o centroavante Timo Werner passou para Marco Reus fazer. Desespero germânico traduzido no sofrido e desajeitado gol, de joelho. A ‘maldição dos campeões’ (três dos quatro últimos ganhadores de Copa caíram na primeira fase da edição seguinte) pairou mais forte quando Boateng foi expulso, aos 37. Mas já não havia o que temer. Apenas pressionar. Com Mario Gómez, que teve cabeceio salvo por Olsen, e com Brandt, que acertou a trave.
Quando parecia que os alemães teriam que torcer contra uma ‘marmelada’ entre suecos e mexicanos na última rodada — e vale lembrar que eles próprios protagonizaram a ‘vergonha de Gijón’, em 1982 —, veio a redenção de Kroos. E a certeza de que ainda é cedo para tirar a Alemanha do páreo.
Ponto alto
Marco Reus fez gol em seu primeiro jogo como titular em uma Copa do Mundo. Grande feito para o meia-atacante do Borussia Dortmund, tão atrapalhado por contusões, como as que o deixaram fora do Mundial de 2014 e da Eurocopa de 2016.
Ponto baixo
No mesmo dia em que ignorou uma falta em lance que originou o segundo gol do México (na vitória sobre a Coreia do Sul), o árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) falhou pela segunda vez. Da cabine em Moscou, o francês Clement Turpin não interpretou como pênalti a carga de Boateng em Berg, quando o placar ainda estava zerado.
Próximos jogos
O Grupo F da Copa se define na quarta-feira, 27 de junho, às 11h: a Suécia enfrenta o México, enquanto a Alemanha encara a Coreia do Sul.
Alemanha 2 x 1 Suécia
Local: estádio Olímpico Fisht, em Sochi. Árbitro: Szymon Marciniak (POL). Público: 44.287. Cartão vermelho: Boateng, aos 37 do segundo tempo. Gols: Toivonen, aos 32 do primeiro tempo; Reus, aos 3, Toni Kroos, aos 50 do segundo tempo.
Alemanha: Neuer; Kimmich, Boateng, Rüdiger e Hector (Brandt); Rudy (Gündogan) e Toni Kroos; Thomas Müller, Reus e Draxler (Mario Gómez); Werner. Técnico: Joachin Löw.
Suécia: Olsen; Lustig, Granqvist, Jansson e Augustinsson; Larsson, Ekdal, Claesson (Durmaz) e Forsberg; Toivonen (Guidetti) e Berg (Thelin). Técnico: Janne Andersson.