Com raça e experiência, Chile mantém sonho do tri
Com a garra que o ajudou a alcançar o bicampeonato em 2015 e 2016, time mais velho da Copa América volta à semifinal
O Chile pode não ter os melhores jogadores do mundo, mas a conquista do bicampeonato da Copa América em 2015 e 2016 não foi um acidente. O time compensa suas limitações em campo com muita raça, algo ausente , por vezes, nas seleções mais técnicas da America do Sul. Nesta sexta-feira, 28, na Arena Corinthians, contra a Colômbia, a quinta equipe mais valiosa do torneio, de acordo com o site TransferMarkt (atrás de Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia), conquistou a vaga na semifinal, pela terceira edição de Copa América seguida, na base de muita garra.
Elenco mais velho da Copa América, o Chile não desiste nunca. Nesta sexta, chegou no estádio meia hora antes do horário marcado para o jogo, por causa do trânsito na cidade de São Paulo, o que fez o jogo ser adiado em 20 minutos. Fez toda a preparação às pressas, mas não teve reflexos negativos dentro de campo.
No anúncio da escalação, a torcida já manifestava seu desejo. O zagueiro Gary Medel e o volante Arturo Vidal, dois dos jogadores mais raçudos do time, foram os mais exaltados. E dentro de campo corresponderam, seja com carrinhos precisos, seja com faltas pontuais e necessárias para parar o ataque adversário, sem se preocupar com as consequências disso. Mesmo driblados, os chilenos nunca desistiam. E se precisassem se jogar na frente da bola, faziam, como fez Maripan no primeiro tempo.
Apoiados pelo tradicional grito da torcida de “Chi Chi Chi, le, le, le, Viva Chile!”, os jogadores do Chile não eram intimidados por nada. O atacante Alexis Sánchez, de 1,69m, não teve medo de encarar o zagueiro colombiano Yerry Mina, de 1,95m, mesmo com a gritante diferença de altura. Charles Aránguez, outro jogador ofensivo, também mostrava ao público qual era a proposta chilena na partida, ajudando sempre na marcação.
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Nem os dois gols anulados pelo VAR, por um impedimento de centímetros e por um toque de mão do jogador chileno, abateram o time, que passou a usar mais do que a raça: a experiência para dominar o jogo. O time titular, com média superior a 30 anos, não se cansou nos 90 minutos de uma partida contra uma Colômbia, com time titular com média idade de 27,4 anos.
E na decisão de pênaltis, essa experiência pesou muito. Todas as cobranças chilenas foram perfeitas, sem chance nenhuma para o bom goleiro Ospina. A garra levou o Chile longe nas últimas duas edições de Copa América. Agora, com acréscimo da experiência, o time repete a excelente campanha dos últimos anos.