COI reforça advertência a Rio-2016 e pede: ‘É hora de agir’
Integrante do comitê reiterou críticas aos preparativos da cidade – e presidente Thomas Bach concordou, dizendo que também está preocupado com situação
“É a situação mais crítica nos preparativos para os Jogos nos últimos vinte anos, no mínimo”, disse Francesco Ricci Bitti
As críticas aos preparativos para a Olimpíada de 2016 nesta semana não ficaram restritas às declarações do italiano Francesco Ricci Bitti, que disse, na terça-feira, que era preciso começar a pensar em “plano B” para o Rio de Janeiro. Nesta quarta, em uma das reuniões da Assembleia Geral da Associação das Federações Internacionais Olímpicas de Verão, na Turquia, Bitti, que preside essa entidade, reiterou sua preocupação com os Jogos no Brasil – e ouviu do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, que seus temores em relação ao Rio são parecidos.
“Em janeiro, quando eu estive no Rio de Janeiro, disse que nenhum dia poderia ser perdido. Bem, depois da inspeção da Comissão de Coordenação, em março, eu disse que nenhuma hora poderia ser perdida. Compartilhamos as preocupações. É hora de agir”, disse Bach, que assumiu a presidência do COI no fim do ano passado, no lugar do belga Jacques Rogge. Francesco Ricci Bitti, que também é membro da Comissão de Coordenação do COI para a Rio-2016, voltou a manifestar seus temores no encontro desta quarta. “É a situação mais crítica nos preparativos para os Jogos nos últimos vinte anos, no mínimo.”
Representantes do Comitê Organizador e dos governos federal, estadual e municipal se reuniram nesta semana em Brasília para discutir como acelerar os preparativos. No Rio, os operários que trabalham na construção do Parque Olímpico continuam em greve. Outra grande preocupação é com o Parque Olímpico, em Deodoro, Zona Oeste, que sediará oito modalidades esportivas e está com o cronograma inicial de construção comprometido. “Estão atrasando, atrasando, atrasando”, reclamou Bitti. Segundo o cartola, o apoio do governo aos Jogos é “tardio e insuficiente”, principalmente no que se refere aos recursos financeiros. “Eles têm muito discurso, mas não dinheiro. E palavras não bastam.”