Publicidade
Publicidade

Chefão da F1 ignora público jovem: ‘Prefiro rico de 70 anos’

Bernie Ecclestone rebate críticas sobre queda no interesse nas provas dizendo que fãs mais novos não trazem retorno aos seus patrocinadores, como a Rolex

“Não há motivo para tentar atingir esses moleques, porque elas não vão comprar nenhum dos produtos que anunciamos nas corridas”, disparou Ecclestone

Bernie Ecclestone, o principal dirigente da Fórmula 1, não está preocupado com a falta de interesse do público jovem na categoria. Mesmo com a crescente indiferença dos fãs, o empresário britânico de 84 anos afirmou que aproximar a F1 dos jovens não traria resultados, já que esse público não teria dinheiro para gastar com os produtos anunciados nas pistas e nos carros. “Estão me dizendo que tenho que achar um canal para conseguir fazer um garoto de 15 anos assistir à F1. Por que alguém pensaria em apresentar uma nova marca a eles? Eles não vão se interessar nem um pouco. Jovens vão ver a marca Rolex nas corridas, mas vão sair e comprar um? Eles não podem comprar”, disse Ecclestone, citando a fabricante suíça de relógios de luxo, uma das principais parceiras comerciais da categoria. “Outro patrocinador nosso é o UBS (conglomerado bancário suíço). Mas esses moleques não se importam com bancos – e não têm dinheiro o bastante para depositar num banco”, esbravejou Ecclestone em entrevista à revista Campaign Asia-Pacific.

Publicidade

Leia também:

Lewis Hamilton: ‘Há zero conforto para a próxima corrida’

Equipes detestam Interlagos: ‘A favela da Fórmula 1’

Continua após a publicidade

Massa relembra 2008 para negar sua ajuda a Rosberg

Rosberg vence em Interlagos e Massa chega em 3º

McLaren deve anunciar Alonso antes do GP de Abu Dhabi

Ecclestone não hesitou em apontar qual é o público alvo da Fórmula 1: “Prefiro atingir um rico de 70 anos. Não há motivo para tentar atingir esses moleques, porque elas não vão comprar nenhum dos produtos que anunciamos nas corridas. Se os marqueteiros estão mirando este público, talvez devessem anunciar na Disney”, provocou o chefão da Fórmula 1. O dirigente também falou sobre a crise financeira que atinge as equipes médias e pequenas e comparou a vida financeira da categoria aos hábitos de consumo das mulheres. “As equipes não precisariam estar em dificuldades financeiras. Elas deveriam pensar no que têm para gastar e no melhor que podem fazer com esse dinheiro. É o mesmo problema com mulheres e cartões de crédito”, comparou. Nas últimas duas provas, nos Estados Unidos e no Brasil, Marussia e Caterham não alinharam seus carros no grid por causa de graves dificuldades financeiras. Terceira colocada no Mundial de Construtores, a Williams foi elogiada por Ecclestone, que exaltou a austeridade financeira da equipe de Frank Williams, outro veterano da categoria.

“Veja a Williams, por exemplo. Anos atrás, Frank tinha um orçamento muito pequeno e geralmente estava com problemas. Mesmo assim pagou cada dólar que devia. Geriu seu time de acordo com o dinheiro que tinha. Ele não sonhava em competir com a Ferrari. Eventualmente, as coisas melhoraram e ele está onde está hoje”, explicou o dirigente britânico. Apesar de ser avesso a grandes mudanças para reverter o declínio do interesse nas provas, Ecclestone deu indícios de que a Fórmula 1 pode tentar se aproximar dos jovens, mas ainda precisa definir melhor suas estratégias. “Deveríamos usar as redes sociais para promover a F1, só não sei como. Dizem que a garotada assiste às coisas em tablets e celulares, mas não significa que estão assistindo a Fórmula 1. E mesmo que estejam hoje, ainda vão assistir quando tiverem 40 anos?” A última prova da temporada, o GP de Abu Dhabi, está marcado para o dia 23 de novembro. O inglês Lewis Hamilton e o alemão Nico Rosberg, ambos da Mercedes, brigam pelo título. Hamilton tem uma vantagem de 17 pontos. A pontuação da última corrida de 2014 será dobrada.

Publicidade

(Com agência Gazeta Press)

Continua após a publicidade

Publicidade