CBF irá questionar a Fifa sobre protocolo do VAR em gol da Suíça
Confederação brasileira considera que o árbitro mexicano Cesar Ramos deveria, ao menos, ter solicitado a revisão do lance
SOCHI – Apesar de Tite e de vários atletas da seleção brasileira terem evitado reclamar acintosamente do lance do gol da Suíça, “para não parecer desculpa”, a CBF decidiu nesta segunda-feira que enviará uma representação formal à Fifa pedindo explicações sobre o protocolo utilizado pelo árbitro de vídeo (VAR) no lance envolvendo Miranda e Zuber, no empate em 1 a 1, em Rostov.
Segundo o coordenador de seleções Edu Gaspar, a CBF questiona qual foi o procedimento adotado pela arbitragem chefiada pelo mexicano Cesar Ramos. A entidade interpreta que houve falta clara em Miranda, após empurrão de Zuber e que o juiz deveria ao menos ter solicitado a revisão do lance pelo vídeo. Segundo Edu, a decisão de enviar uma carta à Fifa foi tomada em conjunto por dirigentes da CBF nesta segunda.
A reclamação se refere especialmente ao lance do gol suíço. Outra jogada controversa, um possível pênalti em Gabriel Jesus no fim do jogo, é considerado interpretativo pela CBF. Edu fez questão de dizer que o objetivo da entidade não é contestar o resultado do jogo, mas esclarecer dúvidas sobre o protocolo. Mais cedo, a Fifa informou, sem esclarecer se houve interferência do VAR, que as decisões do jogo foram corretas.
O que diz a regra
Conforme explicou a Fifa à VEJA, em caso de suspeita de irregularidade, o árbitro de vídeo recomenda ao juiz que retarde o reinício de jogo e, ainda com a bola parada, o VAR pergunta se ele não gostaria de rever o lance. A decisão final é sempre de quem está no gramado.
No entanto, se o VAR acredita que a marcação do gramado foi a correta, ele tem duas opções: a primeira é manter-se em silêncio, sem se comunicar com o juiz do gramado pelo fone de ouvido. A outra é fazer um comentário positivo sobre a chamada: “segue o jogo”, por exemplo. É exatamente isso o que aconteceu no lance do gol suíço: o juiz do gramado validou o gol, o árbitro de vídeo não questionou a marcação e o jogo seguiu.
Esta, portanto, deve ser a explicação da Fifa à reclamação da CBF, deixando claro que a manutenção do gol da Suíça não apresentou qualquer infração ao protocolo do VAR.
A comunicação entre o árbitro de vídeo e o juiz da partida é gravada e monitorada pela Fifa. VEJA havia obtido a informação de que, em caso de insatisfação em relação a alguma decisão do VAR, a equipe supostamente prejudicada poderia ter acesso à comunicação entre os envolvidos. Esse fato foi negado tanto pela Fifa quanto pela CBF – Edu disse, inclusive, que esta não era a intenção da confederação.