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Catar-2022: Fifa revelará conclusão da apuração na quinta

A controversa eleição do país-sede do Mundial foi investigada a fundo. Agora, o juiz independente que cuida do caso deve anunciar o resultado da investigação

A Fifa vai revelar na quinta-feira o resultado de sua investigação sobre a Copa do Mundo do Catar, em 2022. De acordo com a entidade, o informe sobre a possível compra de votos pela candidatura do país será publicado pela manhã (no horário europeu). A decisão é aguardada por cartolas, patrocinadores e autoridades de diversos países. A decisão de revelar o resultado da apuração foi tomada pelo juiz alemão Hans Eckert depois que uma investigação interna apontou para a necessidade de punir cartolas envolvidos no caso. Entre os investigados estava Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, que votou pelo Catar na eleição.

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Os cartolas, porém, não são os únicos implicados no caso. A Copa de 2022 acabou se transformando em um assunto de estado e passa a ser alvo de cálculos políticos, econômicos e diplomáticos. Sabe-se que há forte movimentação nos bastidores para determinar o destino do Mundial mais controverso e problemático em décadas. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem mantido contatos com parlamentares americanos e políticos europeus para pressionar para que o Catar perca o direito de sediar a Copa. Ao mesmo tempo, o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi atua nos bastidores para defender o Mundial no Catar.

A pressão de Israel teria um motivo político: a intenção seria criar um constrangimento ao Catar, que é acusado de estar financiando grupos radicais como o Hamas. Netanyahu tem aproveitado cada contato com deputados e senadores americanos para pedir apoio à sua iniciativa. O governo do Catar também relançou sua ofensiva diplomática para se garantir. Há um mês, o emir do Catar fez uma visita de emergência à sede da Fifa e o conteúdo da conversa foi mantido em total sigilo. Eckart, juiz independente encarregado de apurar o caso, se recusou a confirmar se havia mantido reuniões com o chefe de estado israelense. “Não vou me pronunciar”, avisou.

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Interesses – Nesta semana, a imprensa alemã chegou a noticiar que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, teria dito em uma reunião com dirigentes noruegueses que a Copa não acontecerá no Catar. A entidade desmentiu as declarações atribuídas a ele. Dentro da Fifa, há ainda quem defenda a manutenção do Catar como sede, sob o risco de ver o processo pegar fogo. Há dois meses, o secretário-geral Jérôme Valcke, disse aos clubes europeus que não existia qualquer sinal de que o Catar poderia perder o Mundial. Valcke tem seus motivos. Há pouco mais de dez anos, uma empresa sua, a Sports United, mediou um acordo para a venda de direitos de transmissão de TV envolvendo o Comitê Olímpico do Catar.

Outro lobby vem da França. Antes da votação para sede da Copa, o emir do Catar se reuniu com o ex-presidente Nicolas Sarkozy. Na agenda estava a proposta de um intercâmbio: a França apoiaria a eleição e, em troca, receberia pesados investimentos, inclusive no Paris Saint-Germain. Michel Platini acabou votando pelo Catar e Zinedine Zidane foi um dos embaixadores da candidatura. O emir também participou do lobby do Catar junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a ir a um estádio no país e foi ovacionado pelos torcedores depois de anunciar seu apoio à candidatura. Na semana passada, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também esteve no Catar.

(Com Estadão Conteúdo)

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