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Caso Daniel: o que se sabe sobre a morte brutal do jogador

Ex-jogador do São Paulo foi encontrado com pescoço cortado e pênis decepado em matagal em São José dos Pinhais. Empresário Edison Brittes assumiu o crime

O jogador Daniel Corrêa foi encontrado morto próximo à cidade de São José dos Pinhais, interior do Paraná, no dia 28 de outubro. O corpo do atleta de 24 anos, com passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo e Coritiba, estava com o pescoço degolado e o órgão sexual decepado. O empresário Edison Brittes, conhecido como “Juninho Riqueza” assumiu a autoria do assassinato, mas advogados do jogador e da família Brittes apresentam versões diferentes para o crime. 

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Entenda, passo a passo, o que se sabe sobre a morte de Daniel:

27 de outubro

O jogador emprestado ao São Bento, de Sorocaba, Daniel Corrêa foi à festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, na boate Shed, em Curitiba. A comemoração, segundo a Polícia Civil, custou mais de 30.000 reais. Após a festa, Daniel foi convidado para a casa da família Brittes, onde a festa continuou. Ele enviou fotos e áudios a um amigo, onde deu a entender que teve relações sexuais com Cristiana Brittes, mãe de Allana e marido de Edison.

28 de outubro

O corpo de Daniel foi encontrado em um campo aberto de São José dos Pinhais, próximo à Curitiba, com o pescoço degolado e o pênis decepado.

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29 de outubro

O superintendente da Polícia Civil de Curitiba, Edimilson Pereira, disse que o crime foi praticado por raiva e afirmou que as investigações estavamavançadas. No mesmo dia, Edison Brittes, pai de Allana, almoçou com outros três homens, sua esposa e filha em um shopping, próximo de Curitiba. De acordo com a Polícia, todos estiveram na cena do crime e combinaram uma história para contar aos policiais, de que o jogador havia deixado a festa sozinho, ainda na noite do dia 27. No primeiro depoimento dos familiares, todos disseram que Daniel havia deixando a festa pela porta.

31 de outubro

Corpo de Daniel foi velado em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. No mesmo dia, uma testemunha disse que o jogador foi espancado antes de morrer.

1 de novembro

Edison Brittes se entregou à Polícia e admitiu ter matado Daniel. Ele afirmou que encontrou o jogador em seu quarto tentando estuprar sua esposa. Cristiana e Allana também foram detidas para averiguações. De acordo com o delegado, Daniel foi encontrado às 7h do dia 28 na cama da esposa de Edison e foi espancado. Nesse dia, o delegado Amadeu Trevisan, da Delegacia de São José dos Pinhais, não descartou ligação de Edison Brittes com o crime organizado e sabia que o homem não havia agido sozinho.

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2 de novembro

Conversas de Whatsapp revelaram que Allana Brittes conversou com a mãe do jogador Daniel após o crime, revelando não saber seu paradeiro, e mostrando-se triste após a revelação de que ele foi encontrado morto.

5 de novembro

Cristiana e Allana Brittes prestaram depoimento para a Polícia.

6 de novembro

O delegado do caso, Amadeu Trevisan, afirmou que o depoimento da família Brittes era mentiroso e disse haver mais suspeitos do crime. “Foram quatro pessoas que dominaram a vítima, ela estava completamente indefesa e embriagada (com 13,4 decigramas de álcool por litro no sangue, segundo a perícia). Pode ser considerado homicídio qualificado. Eles também inventaram uma história e depois mudaram a versão. Houve coação de testemunhas em um shopping. Tentaram fraudar o processo investigativo com coação de testemunhas”. No mesmo dia, os amigos de Allana, David Villeroy e Ygor King, ambos de 18 anos, além de Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, de 19, namorado da prima de Cristiana, estavam sob custódia da polícia e prestariam depoimento. 

7 de novembro

Edison Brittes fez seu depoimento e o celular de Cristiana Brittes foi entregue à Polícia.

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8 de novembro

O delegado Amadeu Trevisan rejeitou a hipótese de tentativa de estupro do jogador Daniel com Cristiana Brittes. No mesmo dia, Edison Brittes, também conhecido como Juninho Riqueza, disse que mentiu sobre a autoria do crime contra o jogador Daniel para proteger os rapazes envolvidos no espancamento do jogador, entre eles o filho de um casal de políticos de São José dos Pinhais. Os amigos de Allana, David Vileroy e Ygor King, ambos de 18 anos, se entregaram à Polícia.

9 de novembro

Polícia recolheu uma moto esportiva usada pela família Brittes, que pertenceria a um traficante.

11 de novembro

O programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou um vídeo em que Edison Brittes, sua esposa, sua filha e três homens se encontraram na praça de alimentação de um shopping para combinar a história. No mesmo dia, descobriu-se que o celular usado por Edison para dar pêsames por Daniel pertencia a um homem morto.

12 de novembro

Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, namorado da prima de Cristiana, disse que o objetivo de Edison era apenas castrar Daniel e deixá-lo sofrer, mas não matá-lo.

13 de novembro

Em depoimento dado à polícia, menina de 19 anos que teria beijado Daniel na noite do crime revela mais detalhes do acontecido. Sem ter seu nome revelado, ela disse que testemunhas limparam o sangue do jogador e cortaram pedaço do colchão que ficou manchado. Ela contou que Cristiana chamou a filha, Allana, para tentar impedi-lo de matar o jogador. “Ajuda, senão seu pai vai matar o menino”. A testemunha conta que ao chegar no quarto, Edison Brittes deu tapas no rosto da mulher Cristiana. Ao pedirem para que ele parasse com as agressões, Edison teria dito que estava em sua casa e que a mulher não mandava ali. Disse que colocaram Daniel no porta-malas de um carro e saíram. A testemunha também relata que Allana, ao ver o pai voltar para casa com roupas diferentes perguntou o que houve, e Edison respondeu: “Matei ele”.

15 de novembro

A Polícia Civil de São José dos Pinhais prendeu o sétimo suspeito de participar do assassinato do jogador Daniel Corrêa. Eduardo Purkote, de 18 anos, foi citado em depoimentos de testemunhas, que o acusaram de quebrar o celular da vítima, pegar a faca utilizada para assassinar Daniel e participar do espancamento de Daniel. Purkote é amigo de Allana Brittes, filha do autor confesso do crime, o empresário Edison Brittes. O sétimo suspeito irá depor na próxima segunda-feira, dia 19.

19 de novembro

Depois de quatro dias sob custódia, o suspeito Eduardo Purkote depôs na delegacia de São José dos Pinhais e afirmou que não participou do espancamento de Daniel. Purkote alegou que estava em um outro cômodo com os demais convidados e que não agrediu Daniel. O jovem de 18 anos também negou ter arrombado a porta do quarto de Cristiana Brittes, pegado a faca do crime na cozinha e ter destruído o celular do jogador.

21 de novembro

A Polícia Civil de São José dos Pinhais entregou o inquérito com mais de 370 páginas onde indicia os sete suspeitos de participação no assassinato de Daniel Corrêa. Allana e a Cristiana Brittes serão acusadas de fraude processual e coação de testemunhas; Eduardo Purkote por lesões graves; Igor King, David Vollero da Silva, Eduardo da Silva e Edison Brittes serão acusados de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. No inquérito, ainda não está incluído o laudo do IML, que deverá ser divulgado e anexado no inquérito na próxima quinta-feira.

22 de novembro

O Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba apresentou nesta quinta-feira, 22, o laudo com os detalhes do brutal assassinato do jogador Daniel Corrêa. Segundo os peritos, a causa da morte foram os cortes no pescoço do jogador, mas não foi concluído se seu órgão sexual foi decepado antes ou depois do degolamento realizado pelo empresário Edison Brittes, autor confesso do crime. O laudo também aponta que os suspeitos tentaram limpar os locais do crime e Edison Brittes recebeu ajuda de, pelo menos, uma pessoa para carregar o corpo de Daniel.

27 de novembro

O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou sete pessoas pelo assassinato do jogador Daniel: Edison, Cristiana e Allana Brittes; David Silva, Ygor King, Eduardo da Silva e Evellyn Perusso, única que não foi presa pelo caso, por falso testemunho, fraude processual, denunciação caluniosa e corrupção de menor.

29 de novembro

Justiça acata denuncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) e os sete suspeitos da morte do jogador Daniel tornam-se réus no processo.

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