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Caso Daniel: delegado descarta suposta tentativa de estupro

O empresário Edison Brittes, assassino confesso do jogador, justificou o crime afirmando que a vítima tentou violentar sua esposa

O delegado da Polícia Civil do Paraná que investiga o assassinato de Daniel Corrêa Freitas descartou a hipótese de que o jogador de futebol tenha estuprado Cristiana Brittes antes de ser espancado e morto no último dia 27. O principal suspeito do crime, o empresário Edison Brittes, afirmou em depoimento que havia flagrado o atleta tentando violentar sua mulher. Na última quarta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva de outros três suspeitos que estavam no mesmo carro que o empresário quando ele assassinou o jogador.

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Edison Brittes, sua mulher, Cristiana Brittes, e a filha, Allana Brittes, também estão presos.

Daniel Corrêa, de 24 anos, foi encontrado morto em um matagal de São José dos Pinhais, no Paraná, com o pescoço cortado e o pênis decepado. Dias depois, o empresário Edison Brittes, de 38 anos, se apresentou à polícia e assumiu a autoria do crime.

“A versão da tentativa de estupro, nós estamos desconfigurando agora, com essas testemunhas”, declarou Amadeu Trevisan, delegado da Polícia Civil, na última quarta. “Para nós, o Daniel simplesmente estava na cama. Não houve a tentativa de estupro, mesmo porque o Daniel estava com 13,4 decigramas de álcool no sangue. Então, ele estava muito embriagado, estava muito aquém de conseguir realizar algum estupro.”

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Na última terça, Trevisan confirmou que irá indiciar a família Brittes por homicídio qualificado e coação de testemunhas. “Foram quatro pessoas que dominaram a vítima, ela estava completamente indefesa e embriagada. Pode ser considerado homicídio qualificado. Eles também inventaram uma história e depois mudaram a versão. Houve coação de testemunhas em um shopping. Tentaram fraudar o processo investigativo com coação de testemunhas”, afirmou o delegado.

Amadeu Trevisan confirmou os nomes dos outros três envolvidos no assassinato, que também devem ser indiciados por homicídio qualificado. Os amigos de Allana, David Vollero e Igor King, ambos de 18 anos, além de Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, de 19, primo de Cristiana, já estão sob custódia da polícia e prestarão depoimento ainda nesta terça-feira.

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Depoimentos da família Brittes

De acordo com a primeira versão contada pelos familiares, Daniel teria simplesmente deixado a casa dos Brittes pela manhã. “Inicialmente, ele (Edison), manteve essa história de que eram amigos da vítima e ela havia saído pelo portão e sumido. Depois de levantada algumas testemunhas, ele mudou a versão, se apresentou à polícia e disse que agiu por forte emoção”, afirmou Trevisan.

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Ao se apresentar às autoridades, Edison Brittes confessou o crime e declarou ter agido “no calor do momento” quando ouviu gritos de socorro da mulher e, ao entrar no quarto, viu Daniel, supostamente, tentando estuprar Cristiana. A versão foi corroborada pela mulher e pela filha de Edison, mas tinha inconsistências.

O empresário declarou que ouviu pedidos de socorro da esposa, porém uma testemunha afirma que os gritos só começaram quando Edison entrou no quarto e começou a espancar o atleta.

Edison Junior junto com sua filha Allana e sua esposa Cristiana Brittes Foto/Arquivo pessoal

Os Brittes também contaram inicialmente que não conheciam Daniel e que não o convidaram para a festa de aniversário de 18 anos de Allana. No entanto, Daniel esteve no aniversário da filha de Edison no ano passado, quando ela publicou uma foto com ele em suas redes sociais. Além disso, o assassino ligou para familiares de Daniel no dia seguinte ao assassinato para consolá-los.

A Polícia Civil acredita que o crime foi premeditado por causa do intervalo de tempo entre a entrada de Edison no quarto e o assassinato consumado em um matagal de São José dos Pinhais. “O Edison teve tempo para pensar nesse crime. Não foi de tão violenta emoção e ainda contou com a participação de outras pessoas. Eles participaram a título de quê? A emoção não se transmite, é apenas do marido. É preciso observar o lapso temporal, porque houve muito tempo para que o crime fosse evitado”, concluiu.

Daniel foi revelado pelo Cruzeiro, mas estreou como profissional no Botafogo, em 2013. Dois anos depois, acertou com o São Paulo, mas enfrentou vários problemas físicos e fez apenas 16 jogos pelo clube paulista. Desde então, acumulou passagens por empréstimos por Coritiba, Ponte Preta e estava no São Bento, de Sorocaba.

(Com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)

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