Candidato à Fifa, Infantino planeja Copa com 40 seleções e múltiplas sedes
Secretário-geral da Uefa entrou na disputa em substituição ao suspenso Platini
O suíço Gianni Infantino, candidato à presidência da Fifa na eleição que acontecerá no dia 26 de fevereiro, pretende revolucionar o formato da Copa do Mundo. O secretário-geral da Uefa e substituto do suspenso Michel Platini no pleito apresentou suas propostas nesta terça-feira e, além de reafirmar o desejo de ampliar para 40 o número de seleções participantes, revelou que também planeja que diversos países possam sediar uma mesma edição do Mundial.
“A Fifa deveria explorar a possibilidade de organizar a Copa do Mundo não só em um ou dois países, mas em toda uma região. Assim, permitiria que diversos países aproveitassem a honra e os benefícios de receber a Copa do Mundo”, propôs o dirigente de 45 anos em seu manifesto. A única vez que mais de um país recebeu o Mundial foi em 2002, quando Japão e Coreia do Sul sediaram o torneio vencido pelo Brasil.
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Braço direito de Michel Platini na Uefa, Infantino foi fundamental na mudança de formato e ampliação da Eurocopa. Este ano, o torneio passará de 16 para 24 seleções. Na edição seguinte, em 2020, terá 13 países como sede, e não mais um ou dois, como era usual.
Infantino também defendeu o uso de tecnologia para auxiliar a arbitragem, mas baseou sua candidatura justamente no fortalecimento dos países de menos tradição no futebol. Além de defender a ampliação da Copa, o que já daria mais chances a estas seleções, Infantino defende que um porcentual maior do lucro da Fifa seja dividido entre as federações.
A proposta de Infantino prevê que cada um dos países membros da Fifa receba 5 milhões de dólares (cerca de 20,1 milhões de reais) para investir no desenvolvimento de projetos, valor bem superior aos 2,05 milhões de dólares (8,2 milhões de reais) atuais. Além disso, cada federação poderia requisitar mais 1 milhão de dólares para bancar viagens.
De acordo com a plataforma de Infantino, cada uma das seis confederações continentais receberá 40 milhões de dólares (161 milhões de reais) para investir no desenvolvimento de projetos, e suas ramificações regionais na Ásia, África, Caribe e América Central ainda podem pedir outros 4 milhões (16,2 milhões de reais) de dólares para organizar torneios de base. “Se a meta de 50% de distribuição do lucro da Fifa for alcançada, estes valores vão aumentar significativamente mais à frente.”
Infantino terá quatro adversários na disputa pela presidência da Fifa: o xeque do Bahrein Salman Bin Ebrahim Al-Khalifa, presidente da Confederação Asiática, o empresário sul-africano Tokyo Sexwale, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein, ex-vice-presidente da Fifa, e o francês Jèrôme Champagne, ex-secretário-geral adjunto da Fifa.
(com Estadão Conteúdo)