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Bronca ‘ao vivo’ e demissão: a rigidez do Bayern após uma derrota

Clube alemão transmitiu em suas próprias redes sociais a dura cobrança de seu CEO aos atletas e ao técnico Ancelotti, que seria demitido um dia depois

Rigidez e transparência são conceitos bastante valorizados na cultura alemã e o Bayern de Munique, o principal clube de futebol do país, deixou isso bastante claro nesta quinta-feira. A derrota por 3 a 0 para o Paris Saint-Germain de Neymar não foi tratada como algo natural, muito pelo contrário. Após a partida, os dirigentes convocaram uma reunião durante o jantar e, em uma decisão inusitada – e inimaginável no Brasil, – transmitiram a bronca no site e nas redes sociais do Bayern. Um dia depois, o técnico Carlo Ancelotti foi demitido.

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Na gravação divulgada pelo pentacampeão europeu, o ex-craque e atual CEO do clube Karl-Heinz Rummenigge aparece fazendo duras críticas aos atletas durante tradicional “refeição da meia-noite” do clube. “É uma derrota amarga da qual devemos falar, temos de analisar o que está ocorrendo, haverá consequências”, afirmou Rummenigge no início de seu discurso.

“O que vimos esta noite não foi o Bayern de Munique e penso que todos nós concordamos com isso. Olho para a direita, para a esquerda, olho no olho de vocês, e não pode mais haver mal-entendidos. Temos de mudar as coisas e apresentar o Bayern como ele é, um time temido na Alemanha e na Europa”, completou o ex-jogador.

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Na gravação, é possível ver que os zagueiros Jérome Boateng e Javi Martínez não interrompem suas refeições enquanto o chefe fala. Já o colombiano James Rodríguez escuta tudo com mais atenção – mas provavelmente não entende, pois chegou à Alemanha recentemente e ainda não aprendeu o idioma.

Nesta quinta-feira, após a reunião que selou a demissão de Ancelotti, Rummennigge foi mais “diplomático”. “Gostaria de agradecer a Carlo pela cooperação e lamentar o desenvolvimento dos fatos. Carlo é meu amigo e permanecerá sendo, mas tivemos de tomar uma decisão profissional.”

Além de Rummenngge, o presidente do clube, o também ex-jogador Uli Hoeness, não tem medo de se posicionar abertamente sobre assuntos delicados e até de criticar seus funcionários em público. Uma de suas recentes vítimas foi o brasileiro Douglas Costa, que está emprestado à Juventus.

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“Douglas Costa não funcionou aqui porque é mercenário e não gostamos disso aqui”, afirmou Hoeness ao jornal Frankenpost. Segundo o cartola o jogador afirmou ter recebido propostas milionárias da China, com o objetivo de forçar um aumento. 

“É uma tentativa desesperada de se conseguir um salário maior. Isso não funciona conosco. Ele pode tentar mais dez vezes”, completou. Se no Brasil os atletas de grandes clubes costumam ser “blindados”, no maior clube da Alemanha a realidade é bem diferente.

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