Com atletas altos (média superior a 1,85 m) e experientes, equipe europeia sonha com façanha nesta quarta-feira, em Moscou
MOSCOU – “Não temos nada a perder, há mais em jogo para o Brasil”, cravou o grandalhão Aleksandar Mitrovic, artilheiro da Sérvia, sobre o jogo decisivo desta quarta-feira, às 15h (de Brasília), em Moscou. Com quatro pontos, um a mais que o adversário, a seleção brasileira joga por um empate para se garantir nas oitavas de final da Copa do Mundo (possivelmente em segundo no Grupo E, dependendo do resultado de Suíça x Costa Rica). No entanto, uma derrota diante da respeitável equipe sérvia, 34ª colocada no ranking da Fifa, poderia representar a eliminação na primeira fase, algo que não ocorre com a equipe pentacampeã desde 1966. A Sérvia acredita na façanha e aposta em atletas experientes – e muito altos.
Como país independente, a Sérvia jamais conseguiu repetir os feitos da antiga Iugoslávia (que compreendia os atuais territórios de Sérvia, Montenegro, Croácia, Macedônia, Bósnia e Eslovênia e chegou às semifinais em 1930 e 1962). Caiu na primeira fase em 2010 e sequer esteve no Brasil em 2014. Em 2006, participou como Sérvia e Montenegro e também deu vexame na fase de classificação. Neste ano, porém, o time chegou à Rússia com uma equipe mais sólida e pretensiosa.
A empolgação após a vitória por 1 a 0 sobre a Costa Rica, com belo gol de falta de Aleksandar Kolarov, experiente lateral da Roma, diminuiu depois da frustrante derrota por 2 a 1 para a Suíça, em jogo marcado por gestos e conflitos políticos. No entanto, uma vitória simples ou até um empate (caso a Suíça perca para a Costa Rica) classificariam a equipe balcânica.
A Sérvia conta com atletas de reputação internacional. Um dos líderes do time é o lateral-direito Branislav Ivanovic, que atuou dez anos no Chelsea e hoje atua no Zenit, da Rússia. Os outros destaques são o volante Nemanja Matic, do Manchester United, os meias Milinkovic-Savic, da Lazio, e Adem Llajic, do Torino, e o atacante Mitrovic, do Fulham.
Alem da boa qualidade técnica, uma herança do futebol iugoslavo, o time se distingue pela alta estatura. A equipe titular tem média superior a 1,85 metros, cerca de dez centímetros a mais que o time do Brasil. Fagner, o jogador mais baixo do jogo (1,68 metros), falou com bom humor sobre o assunto no último fim de semana.
“Qualquer coisa eu subo nas costas de alguém para cabecear, faço alguma coisa. É Brincadeira, claro, mas temos de encontrar uma saída e criar uma situação para neutralizá-los. Acredito que o tamanho não interfira tanto, temos de usar a inteligência para buscar soluções no jogo”, disse o lateral, que virou titular após a lesão de Danilo.
As seleções adultas de Sérvia e Brasil se enfrentaram apenas uma vez, às vésperas da Copa de 2014, no Morumbi, com vitória brasileira por 1 a 0, com gol de Fred. O jogo mais recordado, no entanto, aconteceu em 2015, na decisão do Mundial sub-20, na Nova Zelândia. O Brasil, de Gabriel Jesus, foi derrotado por 2 a 1. Dois destaques daquela equipe sérvia estão na Rússia: o titular Milinkovic-Savic e os reserva Andrija Zivkovic, Predrag Rajković e Marko Grujić.
“Estamos 200% preparados, imagino um jogo emocionante, e acredito que com dedicação e um pouco de sorte, podemos produzir um milagre”, afirmou Savic, de 23 anos. Companheiro de Lucas Leiva, Wallace e Felipe Anderson na Lazio, ele citou a filosofia brasileira de atacar como uma possível brecha para a Sérvia.
“Eles não se defendem tanto, porque é assim que eles são. Eu jogo com alguns brasileiros no meu clube e sei como eles pensam. Eles querem atacar, marcar e se divertir jogando futebol, sem muito foco na defesa. Então, acho que esse fato pode ser uma vantagem para nós.”
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