Brasil chega a cinco campeões da Eurocopa
Os ítalo-brasileiros Jorginho, Emerson Palmieri e Tolói conquistaram a taça em Wembley neste domingo
A globalização no futebol e a cada vez maior utilização de jogadores naturalizados provocou mudanças no cenário esportivo. Esta foi a Eurocopa mais miscigenada da história, com estrangeiros ou filhos de imigrantes respondendo por cerca de 15% dos inscritos. O Brasil não ficou de fora desta tendência e neste domingo 11, chegou a cinco jogadores campeões do torneio com o título da Itália sobre a Inglaterra.
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A Azzurra contou com o meio-campista catarinense Jorginho, um dos destaques do time, o lateral paulista Emerson Palmieri, titular na final, e com o zagueiro mato-grossense Rafael Tolói. Eles se juntaram ao paulista Marcos Senna (campeão com a Espanha em 2008) e ao alagoano Pepe (campeão com Portugal em 2016).
Jorginho, de 29 anos, nasceu em Imbituba (SC), mas mudou-se ainda adolescente para a Itália. Se profissionalizou pelo Verona e ganhou destaque no Napoli. Atualmente, defende o Chelsea e foi um dos destaques na conquista do clube londrino na Liga dos Campeões, junto de Emerson Palmieri. Nascido em Santos, o lateral-esquerdo de 26 anos iniciou a carreira no clube da Vila Belmiro, mas passou por Palermo e Roma até ser chamado pelo técnico Roberto Mancini.
Toloi, de 30 anos, tem carreira mais recordada no Brasil. Passou por Goiás e São Paulo e chegou a defender as seleções de base do Brasil. Em 2014, foi jogar na Roma e hoje é um dos destaques da Atalanta. Atualmente, a Fifa exige que, além da cidadania do novo país, os atletas naturalizados tenham ao menos cinco anos vivendo na nação que desejam defender. Ao contrário de outros estrangeiros que defenderam a Itália, como o argentino Mauro Camoranesi, campeão do mundo em 2006, os brasileiros sempre cantam o hino nacional italiano durante as partidas.
O primeiro brasileiro a vencer o torneio europeu foi o volante Marcos Senna, que iniciou seu caminho pela seleção espanhola em 2006, quando jogava pelo Villarreal, local onde foi ídolo. Após o meio-campista, o zagueiro Pepe venceu por Portugal em 2016, sendo titular e com protagonismo. Aos 38 anos, ele segue defendendo a seleção lusitana e o Porto, clube pelo qual se destacou antes de se consagrar no Real Madrid.
Curiosamente, quatro dos cinco brasileiros que já levantaram a taça da Euro foram titulares na final, apenas Tolói não jogou. O trio ítalo-brasileiro, que nunca sequer chegou a ser cogitado para defender o país de nascimento, comemorou o título no mesmo final de semana que a seleção brasileira foi derrotada pela Argentina na final da Copa América.