Batistuta: ‘No Real Madrid eu ganharia tudo, mas ficaria entediado’
Em evento no Uruguai, ex-atacante argentino disse ter recebido propostas de gigantes europeus, mas preferiu ficar na Fiorentina pelo ‘desafio’
O ex-atacante argentino Gabriel Batistuta, de 50 anos, foi o convidado especial do America Business Forum, uma conferência realizada na semana passada, no Uruguai, e falou um pouco de sua carreira. Com passagens por River Plate, Boca Juniors, Fiorentina, Roma, Inter de Milão e seleção argentina, entre outros, “Batigol” contou que, em seu auge, teve a oportunidade de jogar no Real Madrid, mas não quis por acreditar que não teria desafios no clube.
“Real Madrid, Manchester United, Milan, todos os clubes me queriam, mas eu preferi a tranquilidade de Florença. Eu e minha esposa estávamos bem, em um ambiente que eu já conhecia. Se fosse ao Real Madrid, ganharia tudo, porque não havia outra equipe tão forte no mundo. Faria 200 gols, mas ficaria entediado. No Milan seria a mesma coisa, não teria o desafio”, disse o ex-atacante que jogou de 1991 a 2000 na Fiorentina, pelo qual conquistou apenas uma Copa da Itália, uma Supercopa e a série B italiana. “Ganhei muito pouco por essas escolhas, mas se perguntar se me sinto um ganhador, digo que sim.”
“Nunca ganhei, mas sempre busquei. Lutamos contra os maiores, como a Juventus, e os incomodamos muitas vezes. Isso me fazia sentir-me muito bem. Queria ganhar dos maiores. Eu era feliz quando os outros tinham mais vantagem”, completou Batistuta, que conquistou apenas um Campeonato Italiano da primeira divisão pela Roma, na temporada 2000-01.
O ex-jogador também falou sobre sua passagem pela capital italiana e criticou a escolha de Francesco Totti como capitão naquele momento, por ser ainda muito inexperiente. “Ao 22 anos, Totti tornou-se capitão da Roma, mas não era bom porque não tinha experiência. Com os anos ganhou e se tornou (um bom capitão), mas naquele time tínhamos Cafu, três vezes finalista da Copa do Mundo e vencedor de duas, Aldair, Balbo, Batistuta, um monte de gente que já havia ganhado muito mais e tinha autoridade nos vestiários. Ele era um líder imposto pelo clube, mas não um líder seguido por nós.”
Batistuta também falou que não gostou da liderança que assumiu em sua carreira profissional e disse que não se divertia jogando futebol. “Ser líder não me agradou, porque você se torna responsável ao ganhar, perder, e éramos 22 em um time de futebol. Quando comecei minha carreira, quando assinei meu primeiro contrato e me pagaram, deixou de ser um jogo. Antes eu me divertia, por fazer algo de que gostava. Mas quando me pagaram, tornei-me um profissional. Poucas vezes me diverti dentro de campo.”
Assista à entrevista completa de Gabriel Batistuta ao America Business Forum no vídeo abaixo: