Atlético-MG aguarda chegada de Anelka, eterna promessa

Atual campeão da Libertadores, o Atlético-MG apostou na contratação de mais um craque de renome para promover sua marca no exterior. No domingo, o presidente Alexandre Kalil anunciou, via Twitter, a contratação do atacante francês Nicolas Anelka, de 35 anos. Ex-companheiro de Ronaldinho Gaúcho no Paris Saint-Germain, Anelka é aguardado nesta segunda-feira em Belo Horizonte. A expectativa entre os torcedores mineiros é de que o jogador encontre no Atlético a identificação que jamais alcançou em nenhum dos onze clubes pelos quais passou – incluindo gigantes como Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Chelsea e Juventus. Talvez nenhum outro atleta em atividade no futebol europeu tenha um currículo tão recheado. Anelka, porém, jamais deslanchou de vez. Com um temperamento complicado, o francês costuma frustrar seus técnicos, que enxergam nele um desperdício de talento.

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Revelado no PSG, Anelka chamou a atenção desde muito jovem. Rápido e bom finalizador, foi contratado a peso de ouro pelo Real Madrid, aos 20 anos, após boa passagem pelo Arsenal. No clube espanhol, ele venceu a Liga dos Campeões, mas enfrentou a concorrência de artilheiros como Raúl, Sávio e Morientes e não conseguiu se firmar. Depois de apenas uma temporada em Madri, Anelka teve de dar um passo atrás na carreira. Já campeão europeu e da Copa das Confederações pela seleção francesa, ele retornou ao PSG, onde formou dupla com Ronaldinho – a amizade com o craque brasileiro teria sido decisiva para a chegada do atacante ao Atlético-MG.

Ainda na casa dos 20 anos, Anelka seguia mostrando faro de gol, mas a fama de descompromissado e disperso começou a atrapalhá-lo. No futebol inglês, passou por Liverpool e Manchester City, sem sucesso. Após uma boa temporada no modesto Bolton, ganhou nova chance no Chelsea, onde até marcou gols, mas mostrou não ser o craque que muitos imaginavam. A principal marca negativa de sua passagem pelo clube londrino foi a perda do pênalti na decisão da Liga dos Campeões de 2008, vencida pelo Manchester United, em Moscou. Em 2012, Anelka se aventurou no Shangai Shenhua, da China, e já dava mostras de seu declínio. Antes de acertar com o Atlético, passou ainda por Juventus (onde não marcou um gol sequer) e West Bronwich – de onde se desligou após ser punido por comemorar um gol com um gesto visto como antissemita.

Do Brasil, Anelka guarda boas lembranças: no Mundial de Clubes de 2000, o francês marcou duas vezes no empate em 2 a 2 entre Real Madrid e Corinthians, e um diante do Al Nasser. Um dos raríssimos europeus a tentar a sorte no futebol brasileiro – Petkovic e Seedorf foram os que mais se destacaram – Anelka irá brigar por uma vaga no ataque do Atlético com Jô e Diego Tardelli. O clube deverá inscrever o francês para disputar a fase de mata-matas da Libertadores, competição em que o Atlético busca o bicampeonato.