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Atleta morta em acidente na Argentina era a ‘Cielo da França’

Camille Muffat, de 25 anos, tinha três medalhas olímpicas em Londres-2012 – uma de ouro

Outra morte que chocou a França nesta terça-feira foi a da ex-nadadora Camille Muffat, detentora de três medalhas olímpicas em Londres-2012, incluindo uma de ouro, nos 400m livres. Muffat tinha 25 anos e havia abandonado as piscinas por desavenças com seu treinador e falta de motivação. A notícia de sua morte – além da do boxeador Alexis Vastine (bronze em Pequim/2008) e da velejadora Florence Arthaud – comoveu toda a Europa. Muitos fãs franceses ainda sonhavam em ver Muffat mudar de ideia e disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.

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Nascida em Nice, em 28 de outubro de 1989, Muffat começou a ganhar fama em 2007, quando, aos 18 anos, ganhou uma medalha de ouro nos 200m medley do Campeonato Europeu de Piscina Curta. Três anos depois, foi campeã dos 200m livres no Mundial de Dubai. A consagração total veio na Olimpíada de Londres, em 2012, quando bateu o recorde olímpico na prova dos 400m livres. Apesar de a França ser um país com grande tradição na natação, Muffat era uma espécie de Cesar Cielo da França. Depois de anos de supremacia de Laure Manadou, campeã olímpica em 2004, Muffat havia conquistado o posto de queridinha do esporte francês, apesar de sua notória timidez.

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Neste contexto, Muffat pegou a todos de surpresa quando anunciou, em julho de 2014, que estava encerrando sua carreira na natação aos 24 anos. O principal motivo seriam os constantes desentendimentos com seu treinador, Fabrice Pellerin. De acordo com a imprensa francesa, Muffat tentou reencontrar a alegria em outros esportes, como golfe, surfe e handebol, mas teria realmente se animado com a possibilidade de integrar o reality show Dropped, do canal TF1, que coloca atletas em condições extremas.

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E foi durante as gravações do programa que Muffat e os outros dois atletas de elite morreram em solo argentino. Um filmagem amadora mostrou que os helicópteros que transportavam Muffat e o restante da equipe de TV se chocaram segundos depois da decolagem, antes de cair em altíssima velocidade. Outros cinco conhecidos atletas franceses escaparam da morte por sorte, pois participavam do programa, mas não estavam nos mesmos helicópteros: Sylvain Wiltord (ex-jogador de futebol, com passagem marcante pelo Arsenal), Alain Bernard (nadador, um dos principais rivais de Cesar Cielo), Jeannie Longo (ciclista) Philippe Candeloro (patinador) e Anne-Flore Marxer (snowboarder).

https://youtube.com/watch?v=7693DA7iUOk%3Frel%3D0

A notícia da morte dos atletas deixou toda a Europa consternada. O presidente francês François Hollande foi um dos primeiros a se pronunciar. “O desaparecimento brutal de nossos compatriotas é uma imensa tristeza. Arthaud, Muffat e Vastine fizeram a França brilhar.” O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, lamentou e decretou luto oficial de três dias.

Duas das principais rivais de Muffat nas piscinas, a italiana Federica Pellegrini e a francesa Laure Manadou, também enviaram suas condolências nas redes sociais. “Às vezes a vida não é justa. Descanse em paz”, escreveu Pellegrini na legenda de uma foto ao lado de Muffat. “Meus pensamentos estão com Camille, Alexis, Florence e as outras vítimas da tragédia. Eles enriqueceram a França e o esporte”, escreveu Manadou.

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Principal clube de futebol da França na atualidade, o Paris Saint-Germain também homenageou os atletas falecidos em sua página oficial e anunciou que jogaria com uma braçadeira preta em sinal de luto na partida desta quarta-feira, contra o Chelsea, pela Liga dos Campeões. Os principais jornais da Europa dedicaram seus principais espaços à cobertura do acidente. As causas da batida entre os helicópteros ainda estão sendo investigadas – falha humana ou até um redemoinho foram apontados como principais hipóteses em uma primeiro momento.

(da redação)

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