Após final da Copa, Arnaldo Cezar Coelho anuncia aposentadoria
Ele foi o primeiro não-europeu a apitar uma decisão de Mundial, em 1982, na Espanha, e pioneiro na atividade de comentarista de arbitragem na TV brasileira
O ex-árbitro de futebol Arnaldo Cezar Coelho, de 75 anos, anunciou sua aposentadoria como comentarista de arbitragem após o apito final da decisão da Copa do Mundo entre França e Croácia, que garantiu o bicampeonato mundial aos franceses. Ele afirmou que vai se dedicar à família e aos negócios particulares.
Arnaldo foi o primeiro brasileiro e o primeiro não-europeu a apitar uma final de Copa do Mundo, a da edição de 1982, na Espanha, quando a Itália venceu a Alemanha por 3 a 1 e se sagrou tricampeã. Ele apitou por mais seis anos e se aposentou em 1988. No ano seguinte, foi pioneiro ao estrear como comentarista de arbitragem na Rede Globo. De lá para cá, comentou oito Copas do Mundo ao lado do narrador Galvão Bueno.
”A vida da gente é feita de fases. Copa do Mundo é grande momento da vida do árbitro. Eu tive momento como árbitro e quero dizer que está chegando ao fim também essa fase. Eu quero me distanciar um pouco, quero me dedicar um pouco à família e aos meus negócios. É uma equipe grandiosa. A Rede Globo me ensinou muita coisa. Uma nova fase vai vir. Agradeço a todos”, disse, ao vivo, durante a transmissão.
O narrador homenageou o colega. “Obrigado a você, Arnaldo. Obrigado por todos os conselhos, por tudo o que me ensinou. A amizade, isso é importante. Você abriu um caminho para uma nova profissão. Você é um grande profissional. Pode isso, Arnaldo? [bordão que ficou famoso nas transmissões] Pode. Quero te dar um beijo grande. Por todas as Copas, por tudo o que me ensinou. Um grande beijo, Arnaldo. Que seja feliz”, desejou Galvão.
Casagrande
Após o fim da partida, houve outro momento emocionante na transmissão da Globo, com o comentarista Walter Casagrande Júnior falando, mais uma vez, sobre como superou o drama que viveu com álcool e drogas
Ele disse que a Copa da Rússia foi a mais importante de sua vida por causa de uma vitória pessoal. “Tive uma proposta, quando eu saí do Brasil, que era chegar pela primeira vez em uma Copa do Mundo sóbrio, permanecer sóbrio e voltar para a casa sóbrio”, contou, com a voz embargada.
Galvão, chorando, respondeu: “Assim você chora e me faz chorar também. Parabéns, Casa. Que Deus te abençoe”.
Casagrande é dependente de álcool e drogas e fala abertamente sobre luta contra o vício em entrevistas. Em seu livro, ele conta que começou a usar as substâncias quando ainda era adolescente e não parou quando se tornou um jogador profissional pelo Corinthians durante a década de 1980.