Aos 38 anos, Valdivia anuncia fim de polêmica carreira: ‘Cansei’
Ex-jogador de Palmeiras e seleção chilena optou por rejeitar oferta para atuar no Santiago Wanderers; ele seguirá como comentarista e quer ser treinador
O meio-campista chileno Jorge Valdivia anunciou nesta sexta-feira, 1º, a sua aposentadoria do futebol. Aos 38 anos, o jogador revelado pelo Colo-Colo, mas com inesquecível passagem pelo Palmeiras, disse em entrevista ao programa Los Tenores, da rádio ADN, do Chile, que optou por encerrar a longa carreira no futebol após cinco meses sem um clube. Ele já comunicou aos familiares da decisão. A sua última equipe foi o Necaxa-MEX, onde atuou em apenas quatro jogos.
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“Estou longe de jogar futebol, mas com relação a assistir muito aos jogos tenho tido muito tempo para ver muito futebol. Estou longe de estar jogando, porque cansei, já foi o suficiente. E já estou há um tempo analisando e agora decidi parar de jogar. É algo que já havia falado com os meus mais próximos, com a minha família. Foram muitos anos de muito sacrifício. Ainda sou jovem para fazer outras coisas”, disse El Mago.
Na sequência, perguntado se seguiria como comentarista de futebol na televisão ou se tentaria novos rumos, como se tornar treinador de futebol, ele admitiu planejar comandar equipes no futuro.
“Gosto das duas coisas. Tive a sorte de trabalhar na televisão muito recentemente e me senti bastante confortável. Também algo que pretendo levar muito a sério, com profundidade. Estou pronto para voltar a trabalhar na televisão, mas não pretendo deixar de lado os estudos que venho fazendo para ser treinador. Mas ser treinador é algo mais a longo prazo”, explicou.
Valdivia quase acertou a sua ida para o Santiago Wanderers, equipe que disputa a segunda divisão chilena. Ele disse que disse aos dirigentes que não poderia entregar mais ao clube, que acabaria saindo poucos meses depois, e que já estava convicto sobre a ideia da aposentadoria. “Nós dois evitamos problemas”, afirmou.
A primeira passagem pelo futebol brasileiro foi construída entre 2006 e 2008, quando ganhou pelo Palmeiras o título do Campeonato Paulista. Retornou ao clube em 2010 e ficou até 2015, acumulando grandes lances e polêmicas. Ainda conquistou pelo Verdão duas edições da Copa do Brasil e a Série B do Campeonato Brasileiro.
Além do clube brasileiro e do Colo-Colo, ele também atuou por Rayo Vallecano-ESP, Servette-SUI, Al Ain-EAU, Al Wahda-EAU, Morelia-MEX, Unión La Calera-CHI e Necaxa-MEX. Pela seleção chilena disputou as Copas de 2010 e 2014, além de três edições da Copa América, em 2007, 2011 e 2015, quando foi campeão com o país.
Polêmicas, muitas polêmicas
Conhecido pela magia com os pés, não faltaram problemas extracampo ao camisa 10. No início da segunda passagem pelo clube, em 2010, ganhou de torcedores o apelido de “chinelinho”, alusão as constantes idas ao departamento médico por conta de lesões e sequências sempre interrompidas por novos problemas. Também teve relação conturbada com Felipão, técnico da equipe entre 2010 e 2012.
“Minha relação com o Felipão não é boa nem ruim, é profissional. Eu faço a minha parte, ele a dele, e vai continuar do mesmo jeito’, afirmou o meia chileno em 2012.
Entre os desafetos, a lista é extensa: um deles o jornalista Tiago Leifert, a quem xingou nas redes sociais após o profissional, que na época apresentava o Globo Esporte, dizer ter sentido o músculo da coxa e sair mancando da atração televisiva.
Em 2011, o meio-campista se envolveu em uma confusão com um fotógrafo que disse que o jogador ameaçou a sua família caso publicasse fotos, enquanto Valdivia alegava ter sido extorquido por ele.
Em 2016, pouco após a conquista do Brasileirão daquele ano, provocou o ex-jogador e apresentador Neto, da TV Bandeirantes, ao publicar uma foto mostrando o dedo médio para ele. Chegou a trocar outras farpas com o ídolo corintiano.
Outro com quem se desentendeu foi o volante Marcos Assunção, ex-companheiro de Palmeiras. Em entrevistas, Assunção confirmou ter brigado com o ex-meio-campista e disse ter rompido relações com ele.
Na semifinal do Paulistão de 2008, autor do segundo gol da partida decisiva no antigo Palestra Itália, hoje Allianz Parque, ele comemorou provocando o então goleiro Rogério Ceni, pedindo silêncio ao ídolo são-paulino. Repetiu provocação semelhante anos depois, esbarrando diante do mesmo rival.
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