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Andrés Sanchez não cumpre promessa e segue na política

Presidente do Corinthians segue como deputado federal pelo PT. Ele alega que adiou licença para “evitar uma disputa de partidos aliados”

Quando estava em campanha para a disputa da presidência do Corinthians, Andrés Sanchez prometeu que iria se licenciar do cargo de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para se dedicar 100% ao clube. Pouco mais de dois meses se passaram desde sua vitória na eleição e o compromisso não foi cumprido. Segundo Sanchez, a licença não ocorreu para evitar uma disputa de siglas aliadas e não “atrapalhar o processo legislativo do país”.

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“Estudo me licenciar do cargo para o qual fui eleito em 5 de outubro de 2014, mas, para evitar uma disputa entre os partidos aliados, estou negociando com o presidente da Câmara (Rodrigo Maia) e as lideranças do PT a melhor forma de fazê-lo, evitando uma eventual batalha jurídica pela vaga que atrapalharia o processo legislativo do país”, explicou o dirigente.

Caso resolva se licenciar, a cadeira de Andrés Sanchez deverá realmente causar disputa. Quando o presidente do Corinthians foi eleito, o suplente ficou sendo José de Paula Neto, o Netinho de Paula, ex-vocalista do grupo Negritude Júnior. Ele fazia parte do Partido Comunista do Brasil (PC do B), um dos que fizeram coligação com o PT.

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Em 2015, Netinho de Paula foi para o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Se Andrés Sanchez entregar o cargo, o PT alega que a suplência é da coligação e o novo deputado seria Luiz Cláudio Marcolino (PT). Já Netinho diz que a posição é dele, mesmo tendo deixado o partido.

Ausências no plenário

A reportagem fez um levantamento da presença de Andrés Sanchez no plenário desde que assumiu a presidência do clube. Ele faltou em 14 de 26 dias de sessão. Em outras três datas participou apenas de uma parte da sessão. “É importante ressaltar que não recebo nenhum tipo de ganho nos dias de ausência”, garantiu o dirigente corintiano.

Andrés Sanchez foi eleito deputado federal em 2014 com 169.834 votos e seu mandato se encerra no final deste ano. Nos bastidores, ele já deixou claro que não tem pressa para entregar o cargo e cogita até a possibilidade de manter a função dupla de dirigente e político. Por enquanto, o dirigente não fala sobre a possibilidade de tentar uma reeleição. “Ainda é cedo para pensar nisso”, justificou.

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Poucos dias antes da eleição no Corinthians, o então candidato Romeu Tuma Júnior apelou à Justiça para tentar anular a candidatura de Andrés Sanchez, alegando que sendo deputado ele não poderia assumir o comando do clube, pelo fato de a instituição ter recebido dinheiro público, por meio do financiamento com a Caixa Econômica Federal, para a construção da Arena Corinthians.

Entretanto, o pedido foi negado e Andrés Sanchez argumentou que o Corinthians é uma entidade sem fins lucrativos e não uma empresa. Assim, estaria apto para, caso vencesse a eleição, assumir o cargo, como aconteceu no dia 3 de fevereiro.

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