Almanaque da Copa América: 11 curiosidades sobre o torneio
A edição de maio de PLACAR, o guia da Copa América e da Euro, já está disponível nas plataformas digitais e chega às bancas no próximo dia 25
Em mais uma edição especial, a PLACAR de maio chegou em ritmo de aquecimento com o lançamento do Guia da Copa América e da Eurocopa. A revista digital já está disponível para dispositivos iOS e também Android e a versão impressa chega às bancas de todo o país a partir do dia 25.
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O guia contém a análise de todas as equipes participantes, com seus respectivos destaques e treinadores, histórico nas competições, entre outras riquíssimas informações. Além disso, traz as tabelas completas, imagens belíssimas e páginas de almanaque, com curiosidades como as histórias do jogador brasileiro que atuou como árbitro na edição inaugural da Copa América ou ainda o “São Januarazo”, uma surpreendente derrota que antecedeu o “Maracanazo”.
Confira, abaixo, 11 curiosidades sobre a competição sul-americana:
QUEM APITA?
Antes do profissionalismo, algumas práticas — hoje muito estranhas — eram comuns no futebol. Na primeira edição da Copa América, em 1916, então chamada de Campeonato Sul-Americano de Futebol, na Argentina, o meio-campista titular da seleção brasileira Sidney Pullen foi o árbitro da partida entre Argentina e Chile. Repita-se, para não deixar dúvida: Pullen foi o juiz do jogo. E teve mais: Carlos Fanta, treinador do Chile, apitou três partidas, inclusive o empate de 0 a 0 entre Argentina e Uruguai que deu o título à Celeste.
MEIO DE TRANSPORTE: MULA
Em 1919, logo depois da pandemia de Gripe Espanhola, o Rio de Janeiro sediou pela primeira vez o Sul-Americano — venceu o Brasil, liderado por Arthur Friedenreich, El Tigre, como foi apelidado pelos uruguaios, e Neco. O Chile, quarto colocado entre as quatro seleções participantes do torneio, passou momentos constrangedores. Nem tanto pelo pouco que jogou, com três derrotas, mas por causa do caminho de volta para casa. Na ida, rumo ao Brasil, o time veio de navio, junto com os argentinos. Na volta, a confusão: uma tempestade de neve fechou a ferrovia e deixou os chilenos presos na cidade de Mendoza, na Argentina, próxima da fronteira com o Chile. A equipe decidiu continuar a viagem e atravessar a Cordilheira dos Andes em cima de mulas. As pessoas chegaram em casa quarenta dias depois de terem saído do Brasil.
MI BUENOS AIRES QUERIDO
Era incrível a estabilidade de Guillermo Stábile. O treinador portenho comandou a seleção argentina durante 21 anos, entre 1939 e 1960. Nesse período conseguiu seis títulos da Copa América. O compatriota Alfio Basile e os uruguaios Juan Carlos Corazzo e Ernesto Fígoli, que vêm logo atrás na lista, venceram duas vezes. Stábile foi campeão em 1941, 1945, 1946, 1947, 1955 e 1957. Dentro de campo também mostrou que entendia do riscado. Foi o artilheiro da primeira Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai, com oito gols.
OS HOMÔNIMOS BATERAM NA TRAVE
Craques europeus do Barcelona e artilheiro espanhol no torneio sul-americano? Nada disso! Mas os gramados sul-americanos já presenciaram algumas coincidências interessantes. Puyol e Busquets participaram da Copa América, sim. Miguel Busquets era o meia-esquerda do Chile em 1947 e até marcou um gol na competição. O árbitro uruguaio Carlos Puyol apitou três partidas em 1939 — mas não se engane: o ídolo do Barça se chama Carles. Ah, sim, houve também um Nessi no Paraguai. Nessi, não Messi. Lino Nessi (e não Lionel), autor de um gol na Copa América de 1929.
LIVINGSTONE, I PRESUME
Ninguém entrou mais em campo na Copa América do que o goleiro chileno Sergio Livingstone. O Sapo, como era conhecido por causa da forma como pulava para defender as bolas, esteve em seis edições, conquistou o terceiro lugar com a seleção chilena duas vezes e foi eleito o melhor jogador da competição em 1941. Atuou, ao todo, em 34 partidas. Depois de encerrada a carreira, ele fez sucesso como comentarista de rádio.
“SÃO JANUARAZO”
Um ano antes da triste derrota para o Uruguai na decisão da Copa do Mundo de 1950, o Brasil sofreu uma decepção semelhante na partida em que poderia conquistar o título da Copa América. E o pior: com um roteiro idêntico. Com seis vitórias em seis jogos e só precisando de um empate para ficar com a taça de 1949, os brasileiros receberam o Paraguai em São Januário, no Rio. Tesourinha, ponta do Internacional, abriu o placar. Os guaranis viraram na segunda etapa. O final da história, contudo, calhou de ser feliz para a turma treinada por Flávio Costa. As duas seleções acabaram com o mesmo número de pontos e fizeram uma partida de desempate. Três dias depois, novamente no estádio do Vasco, o Brasil goleou por 7 a 0, com três de Ademir de Menezes, que jogava em casa, apoiado pela torcida cruz-maltina. Jair, o artilheiro daquela Copa América com nove gols, também deixou sua marca.
UMA MÃO CHEIA
Os ingleses têm formas peculiares para definir os artilheiros em uma única partida. Quando alguém marca três gols, conseguiu um hat-trick — expressão que, de modo tolo, a crônica esportiva brasileira importou. Quatro gols leva a alcunha de poker (uma referência à quadra no jogo de baralho). Já quando um jogador balança as redes cinco vezes, o nome dado é glut. Apenas quatro jogadores conseguiram a proeza da mão cheia em edições da Copa América (direito a música no Fantástico com sobra). O primeiro foi o matador uruguaio Héctor Scarone, em 1926, na goleada sobre a Bolívia. Os argentinos Juan Marvezzi (em 1941) e José Manuel Moreno (em 1942) também marcaram uma, duas, três, quatro e cinco vezes em um único jogo. Um brasileiro fecha a lista: Evaristo de Macedo, no massacre em cima da Colômbia por 9 a 0, em 1957.
CONVIDADOS INGRATOS
Desde 1993, a Copa América sempre contou com convidados fora da Conmebol para completar o torneio — a pandemia evitou que Austrália e Catar fizessem parte da edição atual. Alguns deles não cumpriram com a boa etiqueta e trouxeram problemas para os donos da festa. E o Brasil sofreu com isso. Nas edições de 2001 e 2007, a seleção canarinho perdeu para o México na fase de grupos. Um ano antes do Penta, também perdeu para Honduras, nas quartas de final — um resultado que fez muitos duvidarem de que era possível ganhar a Copa do Mundo em 2002. O México foi o convidado mais assustador. Apesar de ter disputado bem menos jogos, tem mais pontos do que a Venezuela na tabela histórica da competição. No currículo, soma vitórias contra Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Jamaica, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Estados Unidos, Costa Rica, Japão, Haiti, Panamá e Catar foram os outros participantes estrangeiros.
UM, DOIS, TRÊS...
O argentino Martín Palermo conseguiu o impossível numa partida na primeira fase da Copa América de 1999, contra a Colômbia: perdeu três pênaltis num único jogo. Uma bola bateu no travessão, a outra foi por cima e a derradeira parou nas mãos do goleiro Miguel Calero. Resultado: 3 a 0 para os colombianos.
E O PARAGUAI PASSOU EM BRANCO…
Nada se compara ao modo, aos trancos e barrancos, com que o Paraguai alcançou a final da Copa América de 2011, disputada na Argentina: sem nenhuma — nenhuma! — vitória. Empatou os três jogos que disputou na fase de grupos. Em seguida, eliminou o Brasil nos pênaltis nas quartas (os brasileiros não acertaram nenhum dos chutes) e a Venezuela na semifinal, também por meio de penalidades máximas. Na final, foram vencidos pelo Uruguai por 3 a 0.
MESSI SAIU À FRANCESA
A eleição do melhor jogador da Copa América acontece desde a primeira edição. Mesmo assim, há um buraco na história. No torneio realizado em 2015, no Chile, não houve um premiado. Eis o quiproquó: a entidade escolheu Lionel Messi como o destaque daquele ano, mas o camisa 10 se recusou a receber o troféu. O atacante estava frustrado por ter perdido a final para os donos da casa. No tempo normal, empate por 0 a 0, mas Messi foi o único argentino a converter sua cobrança nas penalidades e os chilenos venceram por 4 a 1. Como a premiação aconteceu logo depois da final e o 10 estava de cabeça quente, não quis receber a honraria. Sem saída, a Conmebol desistiu e deu prosseguimento às festividades, com a entrega das medalhas e da taça para os campeões.
Além de oferecer o mais completo guia das competições, nas versões digital e impressa, PLACAR se compromete a realizar, em nosso novo site e em nossas remodeladas redes sociais (siga-nos no Twitter, Facebook e Instagram) uma extensa cobertura dos campeonatos. Será uma festa no sofá, diante de todos os tipos de telas. Boa viagem!