A 500 dias da Olimpíada, Rio acelera obras
Despoluição da Baía de Guanabara é a grande preocupação dos organizadores. Custo dos Jogos está estimado em R$ 37,7 bilhões
A contagem regressiva do Rio de Janeiro para sediar pela primeira vez os Jogos Olímpicos chega a 500 dias nesta terça-feira, ainda com grande preocupação sobre o andamento das obras – especialmente a despoluição da Baía de Guanabara, onde serão disputadas as competições de vela. “Estamos em dia com os prazos, datas e orçamento. As obras das instalações esportivas estão todas mais de 30% concluídas e a maioria com mais de 50%”, afirmou o diretor de comunicação do Comitê Organizador, Mário Andrada.
O próprio diretor, no entanto, afirmou que não é possível cometer deslizes, e que há pouco tempo para descuidos e para a resolução de qualquer problema. “O Rio está se preparando para a festa e para os Jogos. Vai entregar tudo o que prometeu, mas estamos em uma fase em que precisamos estar muito atentos. Só faltam 500 dias e se cometermos algum erro, não teremos tempo para solucioná-lo.”
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Até o momento, o custo dos Jogos está estimado em 37,7 bilhões de reais, considerando os investimentos em infraestrutura e legado. A última versão da Matriz de Responsabilidade, que lista os projetos dos locais de disputa das competições olímpicas e paralímpicas, atingiu um valor de 6,6 bilhões de reais, 100 milhões de reais a mais do que na versão anterior.
Guanabara – Apresentada em 2009 ao Comitê Olímpico Internacional (COI), a meta de despoluição da Baía de Guanabara foi anunciada na época como principal “legado” dos Jogos na área ambiental. Seis anos se passaram e a baía continua recebendo 10 mil litros por segundo de esgoto sem tratamento. Mário Andrada admitiu que este é o fator que mais preocupa a organização.
“A Baía de Guanabara é nosso maior foco de atenção. Precisamos correr. Os trabalhos estão um pouco atrasados”, admitiu. O governo do Rio de Janeiro se comprometeu a despoluir até 80% das águas da Baía até 2016.
“Temos um compromisso de entregar uma Baía 80% despoluída. Se não conseguirmos, já será um avanço sairmos de 17% para 49%. Vamos conseguir chegar a 80% com essas obras da Baixada que a gente quer lançar. Se não for nas Olimpíadas, vai ficar como um legado”, disse o governador Luiz Fernando Pezão, em encontro com membros do COI.
Testes – Em fevereiro, o Comitê Olímpico Internacional apontou importantes progressos nas obras dos Jogos, mas alertou sobre o curto tempo para a conclusão do Campo Olímpico de Golfe, do Velódromo Olímpico do Rio e do Centro Olímpico de Hipismo. De acordo com a entidade, as três instalações estão com seus cronogramas em dia, mas qualquer dificuldade pode comprometer os eventos-teste, que serão realizados nos próximos meses. O Comitê Organizador local, no entanto, não mostra qualquer receio com estas instalações.
“Os atrasos que eles citaram são preocupações relativas aos eventos-teste e não aos Jogos. A sede do hipismo já está resolvida e teremos a prova na data marcada. O Velódromo, apesar de um pouco atrasado, não causará impacto no evento-teste. Estamos contando com ele”, garantiu Andrada.
Além do esforço para deixar tudo pronto até o dia 5 de agosto de 2016, existe a tentativa de colocar o Brasil no mapa esportivo mundial. O sonho dos dirigentes é que o país termine entre os dez melhores colocados no quadro de medalhas, em um evento cheio de estrelas internacionais.
(Com agências Estadão Conteúdo e EFE)