A 100 dias da Rio-2016, atraso nas obras ainda preocupa
Velódromo, Engenhão e Linha 4 do metrô são as obras que mais preocupam. Algumas instalações constam como entregues, mas estão inacabadas.
Faltando exatos 100 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 5 de agosto, a organização dos Jogos ainda precisa entregar algumas obras que prometeu. A Linha 4 do metrô não está pronta, o velódromo tem o cronograma de obras atrasado e o Engenhão passa por reformas sem prazo para ser entregue. Até mesmo algumas instalações consideradas prontas na verdade estão inacabadas.
Um exemplo é o estádio Aquático Olímpico, inaugurado às pressas no início do mês para poder sediar o Troféu Maria Lenk. A competição, uma das mais importantes do calendário nacional, foi fechada ao público e disputada em meio a obras na arena, o que limitou até mesmo o uso de banheiros. Apesar disso, a Prefeitura do Rio anuncia que a obra está com índice de execução de “100%”.
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O Engenhão é uma das estruturas que já existiam antes mesmo de o Rio ser escolhido como sede da Olimpíada, em 2009. Mas o estádio construído para o Pan de 2007 e que sediará as competições de atletismo e parte da disputa do futebol passa por intensa reforma. Ao custo de 52 milhões de reais, 15.000 cadeiras temporárias estão sendo instaladas atrás dos gols.
A pista de atletismo será trocada. A partir de 16 de maio, o local receberá o Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que servirá como evento-teste, e, provavelmente, a competição será disputada em condições semelhantes às registradas no Troféu Maria Lenk.
A situação do velódromo, no Parque Olímpico da Barra, é a que mais preocupa. A obra, cujo custo atingiu 143 milhões de reais em janeiro deste ano após aditivo de 24,8 milhões de reais, está com 85% de conclusão. O cronograma original previa inauguração ainda no ano passado. O evento-teste marcado para o fim deste mês foi cancelado.
Na manhã desta quarta-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, admitiu sua preocupação com o Velódromo. “O maior desafio e a obra que tivemos problemas e escorregou o prazo é o Velódromo”, disse Paes a repórteres em evento sobre os 100 dias na sede do comitê organizador Rio 2016. “A pista está praticamente pronta. Temos 30 a 40 dias de obra intensa, mas estão dentro da programação e até um pouco adiantada na reprogramação”, acrescentou. De acordo com o prefeito, o Parque Olímpico como um todo está 98 por cento finalizado.
Dentre as obras “não olímpicas”, mas necessárias principalmente ao funcionamento do plano de mobilidade durante os Jogos, a finalização do trecho olímpico do metrô é a que requer maior atenção. O governo do Estado tem repetido que a obra será entregue em julho – não há data estipulada -, mas o prazo apertado é motivo de preocupação porque qualquer imprevisto fará com que o metrô não circule antes do início da Olimpíada, em 5 de agosto.
Além disso, a queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer na semana passada, que matou duas pessoas, levantou dúvidas na comunidade internacional sobre a qualidade das obras. Ao contrário do que fez a Fifa na Copa do Mundo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não deu nenhum “chute no traseiro” público na organização da Rio-2016. Por enquanto.
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(com Estadão Conteúdo e Reuters)