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Mundial de Clubes

‘New York Times’ destaca sucesso brasileiro no Mundial de Clubes

Jornal americano dedicou reportagem sobre o protagonismo dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes e fez projeções sobre o futuro do esporte no país

Publicado por: Redação em 23/06/2025 às 12:10 - Atualizado em 23/06/2025 às 13:10
‘New York Times’ destaca sucesso brasileiro no Mundial de Clubes
Flamengo ilustrou reportagem sobre o Mundial - NYT/Reprodução

Deu no New York Times o sucesso do futebol brasileiro no Mundial de Clubes. Em artigo publicado nesta segunda-feira, 23, o principal jornal dos Estados Unidos destacou a participação dos clubes (Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Fluminense) e de suas torcidas no torneio em solo americano, e avaliou o desenvolvimento do futebol doméstico no país pentacampeão.

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Logo no início do texto, o NYT ressalta que os jogadores brasileiros são maioria na competição — e não apenas por conta do número de clubes do país na disputa. A reportagem enfatiza a força do Brasil como exportador de talentos, observando que atletas brasileiros estão espalhados por diversos times presentes no torneio.

“Primeiro, temos a demografia: 508 jogadores entraram em campo na primeira rodada da fase de grupos. Setenta deles — 14% — eram do Brasil. A Argentina tinha 57 jogadores nessa lista. Em seguida, veio a Espanha, com 26.

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É verdade, quatro clubes brasileiros competindo nos EUA neste verão, e o país anfitrião é o único com mais de dois. Mas o alcance da diáspora é notável. Há brasileiros nas fileiras do Manchester City, Real Madrid e Los Angeles FC, mas também no Esperance de Tunis e no Urawa Red Diamonds, no Pachuca e no Al-Hilal, no Ulsan e no Mamelodi Sundowns. Alguns países vendem petróleo, grãos ou placas de circuito para o resto do mundo; o Brasil exporta jogadores de futebol.”

Vinícius Junior e Eduardo Bauermann em partida realizada entre Real Madrid x Pachuca no Mundial de Clubes. Foto: Richard Pelham / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Ao longo da matéria, o jornal destaca o bom desempenho dos clubes brasileiros na atual edição do torneio e relembra os momentos de destaque do Brasil em competições mundiais ao longo da história. No entanto, também aponta que, nos últimos anos, o futebol europeu evoluiu em diversos aspectos e acabou ultrapassando o brasileiro em termos de estrutura, investimento e desempenho internacional.

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“Olhando a história do futebol a longo prazo, isso pode parecer bastante normal.

No início da década de 1960, o Santos, time dominador de Pelé, conquistou vitórias consecutivas na Copa Intercontinental, competição criada no início daquela década para colocar os campeões europeus contra os sul-americanos. O Flamengo goleou o Liverpool na mesma competição em 1981; Grêmio e São Paulo (duas vezes) também saborearam a glória nela.

Quando a FIFA idealizou a expansão do torneio para um Mundial de Clubes em 2000, os representantes do Brasil continuaram a prosperar. O Corinthians venceu a edição inaugural em 2000, derrotando o Vasco em uma final totalmente brasileira. Os dois troféus seguintes foram para São Paulo e Internacional.

Capa da revista pôster do título de 2000

Em 2010, o Internacional foi eliminado pelo congolês TP Mazembe. O Santos foi massacrado pelo Barcelona um ano depois. Grêmio, Flamengo, Palmeiras e Fluminense perderam para times europeus na final. Antes do início deste torneio, nenhum clube brasileiro havia vencido um time europeu em uma partida competitiva desde 2012, quando o Corinthians derrotou o Chelsea na final do Mundial de Clubes.

Em resumo, o futebol europeu — pelo menos as principais ligas — deixou o futebol brasileiro para trás em diversas áreas, desde comercialização e investimento até infraestrutura e inovação tática. Não é coincidência que a mais recente conquista do Brasil na Copa do Mundo tenha ocorrido em 2002. O declínio também não passou despercebido: as lamentações sobre a crescente desigualdade de qualidade têm sido constantes na mídia brasileira há décadas”.

Adiante na reportagem, o jornal levanta a questão sobre o que motivou os resultados surpreendentes dos últimos dias e aprofunda a análise dos fatores que os tornaram mais plausíveis. O texto destaca aspectos estratégicos e contextuais que ajudaram a nivelar os duelos, sugerindo que o bom desempenho dos clubes brasileiros foi fruto de um cenário mais favorável — e não apenas de acaso.

“De onde, então, vieram os resultados dos últimos nove dias? Em primeiro lugar, é provável que seja necessário um pouco de contexto antes de ficarmos muito animados.

Dortmund e Porto — empatados sem gols com Fluminense e Palmeiras, respectivamente — não são grandes times. O Fluminense também teve um trabalho árduo para vencer o Ulsan, da Coreia do Sul, em uma partida que estava perdendo a 25 minutos do fim do jogo. A torcida do Flamengo ficou emocionada com a vitória sobre o Chelsea, mas os torcedores dedicados da Premier League podem não ter visto isso como um grande feito. Até mesmo o resultado do Botafogo contra o PSG veio com uma pequena ressalva: Luis Enrique descansou vários jogadores importantes naquele dia.

Jogadores do Botafogo comemorando vitória em cima do PSG. Foto: Frederic J. Brown / AFP

Há três fatores circunstanciais em jogo durante esta Copa do Mundo de Clubes.

Uma delas é o clima: os clubes brasileiros estão mais acostumados a jogar sob um sol escaldante. “Estamos acostumados”, disse o lateral-direito Vitinho, do Botafogo, na semana passada. “Espero que funcione a nosso favor.”

Outro ponto é que seus times estão na metade da temporada, que vai de janeiro a dezembro. A liga nacional só começou no final de março. Comparado aos times europeus, muitos dos quais parecem exaustos ao final de uma longa campanha nos níveis nacional e continental, há um certo frescor ali.

A motivação também é relevante. Há poucas evidências de que as seleções europeias estejam realmente se esforçando, mas será que elas estão se dedicando ao torneio com toda a sua energia? Isso é discutível. Certo ou errado, o Mundial de Clubes não é visto atualmente como algo do mesmo nível que a Liga dos Campeões ou mesmo competições dentro de seus próprios países”.

O jornal também faz uma análise do que mudou nos últimos anos no futebol brasileiro, destacando desde a aprovação das SAFs até os processos de reestruturação financeira e administrativa de diversos clubes. Essas transformações, segundo a matéria, foram fundamentais para que o Brasil começasse a se aproximar novamente do alto nível do futebol internacional.

“O futebol brasileiro evoluiu muito nos últimos 10 anos, principalmente nos bastidores.

Vários grandes clubes do país — Flamengo e Palmeiras em particular — têm se esforçado muito para se tornarem mais profissionais e estáveis. Suas instalações de treinamento são tão boas quanto as dos melhores times europeus; seus departamentos de marketing finalmente encontraram uma maneira de alavancar a enorme base de fãs existente em um país do tamanho do Brasil (ou seja, maior que os Estados Unidos).

Em 2021, o governo brasileiro aprovou uma lei que introduziu um novo modelo de propriedade para seus clubes de futebol, prometendo torná-los mais corporativos, mais sustentáveis e até mesmo — sussurre baixinho — lucrativos. Aí entraram os investimentos estrangeiros: John Textor, coproprietário do Crystal Palace, adquiriu o Botafogo; a Red Bull investiu recursos significativos no Bragantino; o City Football Group adicionou o Bahia ao seu elenco de clubes.

Junto com os gastos, surgiu uma maior abertura a novas ideias. Uma onda de estrangeiros revigorou o cenário técnico nacional e desafiou antigas noções. Quatro dos últimos seis campeonatos brasileiros foram vencidos por times com técnicos portugueses. Não é de se admirar que a opinião pública sobre a possibilidade de um técnico estrangeiro na seleção tenha diminuído consideravelmente nesse período, levando à recente contratação do italiano Carlo Ancelotti.

O resultado de tudo isso? O Brasil começou a dominar a Copa Libertadores, o equivalente sul-americano à Liga dos Campeões, como nunca antes. As últimas seis edições foram vencidas por clubes do Campeonato Brasileiro. Quatro dessas finais foram disputadas exclusivamente por clubes brasileiros”.

Palmeiras campeão da Libertadores de 2021. Foto: César Grecco/Palmeiras

E os próximos passos? O jornal americano destaca que o caminho ainda é incerto. Embora haja avanços, afirma que não há garantias de continuidade no crescimento e que o futebol brasileiro ainda enfrenta inúmeros desafios pela frente para se consolidar no cenário mundial.

“Há quem veja um enorme potencial , à espera de ser aproveitado por uma boa governança e pelo acordo certo de TV global. “O futebol brasileiro parece a próxima Premier League”, foi manchete da The Economist em dezembro. O dono do Botafogo, Textor, tem se mostrado otimista em sua defesa do futebol brasileiro. No entanto, ainda há obstáculos.

O calendário continua inchado: os times mais bem-sucedidos jogam 70 ou 80 partidas por temporada, muitas delas em campeonatos estaduais ultrapassados e de baixa potência. Isso afeta a qualidade do futebol, assim como os campos ruins. As condições de trabalho dos treinadores melhoraram, mas ainda existe uma cultura de curto prazo e rotatividade.

O Mundial de Clubes, no entanto, está dando esperanças de que o abismo seja transponível.

Nem o torcedor mais caolho do Botafogo acha que o time deles é melhor que o PSG. Mas talvez eles não estejam tão longe assim quanto alguns imaginavam antes do início do torneio”.

Os times brasileiros entram em campo pela terceira rodada da fase de grupos buscando a classificação para as oitavas de final.

Botafogo x Atlético de Madrid – 23/06 16h (horário de Brasília)
Palmeiras x Inter Miami – 23/06 22h (horário de Brasília)
Flamengo x Los Angeles Fc – 24/06 22h (horário de Brasília)
Fluminense x Mamelodi Sundowns – 25/06 16h (horário de Brasília)

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