Tetracampeão inglês enfrenta problemas legais; entenda quais são as supostas violações e possíveis punições ao Manchester City
A audiência contra o Manchester City, referente a 115 acusações de supostas violações das regras da Premier League, está marcada para começar no próximo mês, com o desfecho esperado para o início do próximo ano. A comissão independente deveria iniciar os trabalhos em novembro, mas fontes com conhecimento do caso afirmam que o início está previsto para meados de setembro, salvo novos atrasos legais.
Programada para durar dez semanas, a comissão deve divulgar seu veredito no início de 2025. O resultado do caso legal separado que o Manchester City moveu contra as regras de transações de partes associadas (APT) da Premier League será revelado nas próximas duas semanas. Este resultado pode permitir que a audiência das 115 acusações comece antes do esperado.
O clube enfrenta a ameaça de rebaixamento da Premier League caso as acusações mais graves sejam comprovadas. Entre as alegações estão a não apresentação de informações financeiras precisas por nove temporadas, a não divulgação total dos pagamentos ao ex-treinador Roberto Mancini durante quatro temporadas (2009-2013) e a não apresentação de informações completas sobre a remuneração dos jogadores, incluindo o ex-meio-campista Yaya Touré, por seis temporadas (2010-2016).
Siga o canal no WhatsApp e fique por dentro das últimas notícias.
Se as acusações forem comprovadas, o Manchester City poderá ser rebaixado da Premier League. Richard Masters, o CEO da Premier League, disse em abril que uma data havia sido definida e que “o caso se resolverá em um futuro próximo“.
Cabe ressaltar, ainda, que o clube pode ser banido do futebol. Isso acontece porque, na Inglaterra, a organização da Premier League (1ª divisão) e da Championship (2ª divisão) não pertencem ao mesmo grupo. Ou seja, caso o City seja rebaixado, a Championship não tem obrigação de aceitar o clube na sua estrutura.
O Manchester City sempre negou qualquer irregularidade e afirmou possuir “evidências irrefutáveis” para se defender das acusações. O clube contratou Lord Pannick KC para liderar a defesa.
A Premier League iniciou as investigações em 2018 após a publicação dos documentos “Football Leaks” pelo site alemão Der Spiegel. Esses documentos incluíam cópias do contrato de Mancini, acordos de direitos de imagem envolvendo o agente de Touré e diversos e-mails sugerindo que os proprietários do City pagaram diretamente o dinheiro de patrocínio.
Em 2019, a UEFA baniu o City de competições europeias por dois anos, uma decisão que foi revertida pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS). O tribunal concluiu que os pagamentos de £30 milhões em financiamento de capital disfarçado pela empresa de telecomunicações Etisalat não poderiam ser tratados como violações das regras devido ao período de prescrição.
Um relatório da Uefa, produzido em 2020 mas nunca publicado, revelou que uma figura misteriosa dos Emirados Árabes Unidos pagou £30 milhões ao Manchester City, dinheiro que deveria vir da Etisalat. O relatório alegou que esse financiamento foi, na verdade, um financiamento disfarçado de capital, vindo dos proprietários do City, o Abu Dhabi United Group (ADUG).
O advogado do Manchester City alegou que o dinheiro foi pago por “Jaber Mohamed”, uma pessoa envolvida em serviços financeiros e de corretagem nos Emirados Árabes Unidos. No entanto, a UEFA questionou por que a Etisalat ou o ADUG precisariam de ajuda financeira de um corretor para pagar as responsabilidades de patrocínio da Etisalat.
Resta agora aguardar o início da audiência em setembro e acompanhar os desdobramentos desse caso que pode mudar o rumo do Manchester City na Premier League.
Faça parte da nossa comunidade, acompanhe a PLACAR nas mídias sociais.